Semana começa sem transporte coletivo em Castro

Semana começa sem transporte coletivo em Castro

Luana Dias

Trabalhadores da empresa de transporte coletivo de Castro, Viação Cidade de Castro (VCC), começaram a semana em greve no município. Desde às 4h30 da segunda-feira (22), a saída dos ônibus ficou bloqueada por membros da diretoria do Sindicato dos Motoristas, Cobradores e Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos em Veículos Rodoviários de Passageiros Urbanos, Municipais, Metropolitanos, Intermunicipais, Interestaduais, Internacionais e de Fretamento de Ponta Grossa e Região (Sintropas-PG).

A greve havia sido anunciada na semana passada pelo Sintropas-PG, mas foi adiada sem ter a nova data de início divulgada pelo órgão. Ao ser iniciada, a paralisação surpreendeu a todos os passageiros que tentaram tomar ônibus ao longo do dia e gerou muitas reclamações entre os passageiros, que fazem uso do transporte, sobretudo, para trabalhar.

Conforme informou o presidente do Sintropas, Luiz Carlos de Oliveira (Luizão), a empresa e a Prefeitura de Castro foram notificadas na terça-feira (16) sobre o indicativo de greve, aprovado durante a assembleia, realizada no dia anterior. No entanto, nenhuma providência foi tomada para evitar a parada da frota. “O sindicato não foi procurado para uma negociação. Agora só voltaremos com o pagamento dos trabalhadores e quando os salários estiverem em dia”, afirmou.

Reivindicações

A categoria reivindica o salário em pagamento único e não em quatro parcelas, no mês, como tem sido efetuado atualmente. Além disso, de acordo com o Sindicato, os trabalhadores não receberam o reajuste de salário e o cartão alimentação, que foram negociados em 1º de fevereiro de 2020.

Conforme foi acordado na ocasião, o piso salarial dos motoristas deveria ter passado de R$1,6 mil para R$1,76 mil e o reajuste no vale alimentação deveria ter sido de 5%. No total, a empresa possui 34 funcionários.

O que diz a VCC

Sobre a greve, a Viação Cidade de Castro (VCC) se manifestou, através de uma nota oficial, afirmando que a empresa enfrenta dificuldades financeiras e pedindo a atenção do poder público local.

Leia na integra:

Diante do indicativo de greve pelo SINTROPAS – PG, a VIAÇÃO CIDADE DE CASTRO vem a público destacar que sempre priorizou o bem estar dos cidadãos Castrenses, buscando atender suas necessidades de transporte da melhor maneira possível, ao tempo em que primou por sua responsabilidade em relação aos seus colaboradores e às famílias destes.

No entanto, a atividade de transporte urbano de passageiros há tempos vem sendo prejudicada por uma série de fatores.

Tem sido constante a redução do número de passageiros pagantes, em razão do aumento das gratuidades (passageiros não pagantes, em razão de leis), da disseminação dos aplicativos de transporte (Uber, 99 etc.), da atuação não fiscalizada de transportadores clandestinos e da facilidade de financiamento de veículos de pequeno porte, tais como motocicletas de baixa cilindrada.

Tais fatores se intensificaram no último ano, em vista da pandemia da Covid-19. Houve redução de praticamente 60% no número de usuários do sistema, sistema esse que não conta e nem nunca contou com nenhum tipo de subsídio governamental, dependendo exclusivamente dos valores obtidos através das tarifas pagas pelos passageiros transportados.

O aumento da área urbana do município, com a criação de bairros distantes, os quais exigiram a implantação de novas linhas, reduziram o IPK (índice de passageiros por quilômetro) do sistema, aumentando seu custo.

Além disso, o custo da folha de pagamentos vem aumentando em patamares sempre superiores aos da inflação oficial, assim como ocorre com o preço dos insumos – peças, pneus e, principalmente, combustível (Diesel).

Várias e justificadas solicitações de reajuste de tarifas e adequações de itinerários foram feitas pela empresa concessionária ao Poder Público concedente, porém sequer foram apreciadas, fazendo com que a empresa venha trabalhando “no vermelho” há vários anos.

Essas dificuldades fizeram com que o caixa da empresa nem sempre estivesse condizente com as necessidades impostas por suas obrigações, exigindo constantes injeções de recursos, obtidos através de empréstimos, aumentando o endividamento.

Agora, a situação tem-se mostrado insustentável e apenas a atenção do Poder Público é que tem o condão de revertê-la, de modo que a empresa apela publicamente para que a Prefeitura Municipal dê a devida atenção à situação do transporte coletivo urbano de nossa cidade de Castro.

Foto: Divulgação / Sintropas

Redação Página 1

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