Padre Faustino morre aos 78 anos vítima da Covid-19

Padre Faustino morre aos 78 anos vítima da Covid-19

Luana Dias

Faleceu no início da tarde de quinta-feira (8) o padre Faustino Jose Tonini, aos 78 anos de idade. O sacerdote, natural da cidade de Nova Trento/SC, formou-se e foi ordenado em Castro, na Congregação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion, em fevereiro de 1975. Além disso, trabalhou no município durante muitos anos, em diferentes épocas de seu sacerdócio.

Enquanto trabalhou em Castro o padre conquistou o carinho de muitos fiéis e de seus colegas padres. Padre Osvaldo Cadorin, de quem Faustino era conterrâneo e foi colega de Congregação por longos anos de jornada, lamentou a morte do amigo e afirmou que ele fará muita falta. Ele também contou à reportagem de uma característica do padre pouco conhecida, que era a de gostar de cuidar dos jardins. “Teremos um membro a menos na Congregação. Era muito bom como amigo e um padre muito intelectual, que com certeza fará muita falta”, destacou.

A intelectualidade de padre Faustino aliás, é um atributo pelo qual muitos se referem a ele. Nas redes sociais, muitos católicos e pessoas que conviveram com o sacerdote lembraram desta característica, ao homenageá-lo. O espaço também foi usado pelos fiéis para agradecer o trabalho desempenhado pelo padre na cidade.

Ao conversar com a reportagem, a cerimonialista Guta Milléo igualmente mencionou a intelectualidade do padre, e ressaltou suas celebrações. “Tinha ele para mim como uma pessoa muito culta, suas missas eram verdadeiros ensinamentos, um professor. Também era uma pessoa sincera e não perdia a oportunidade de fazer uma brincadeira, mesmo assim não deixava numa de ter um coração gigante, lembro-me dele desde minha infância, pois cresci dentro do seminário”, destacou ela.

Quem também se referiu ao sacerdote com carinho e lamentou bastante sua partida foi o pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, frei Osmar de Paulo. Ele contou à reportagem que padre Faustino foi seu primeiro formador no seminário, seu professor e superior no curso de Teologia. Depois ainda trabalharam juntos como vigários em Castro, e frei Osmar foi seu pároco. “Mas em todos os momentos, Faustino foi uma pessoa muito companheira”, lembrou.

Frei Osmar também falou do legado deixado pelo sacerdote, lembrou do jeito peculiar que Faustino tinha de celebrar as missas, e contou que o padre era uma pessoa de convívio muito agradável. “Ele era a melhor pessoa para conviver, de todos os religiosos que eu já conheci, não se preocupava muito em fazer coisas grandiosas, em convencer as pessoas de que era o melhor, era uma pessoa sábia, mas muito simples e muita calma, parecia bravo, mas não era, eu gostaria de morar com vários Faustinos”, ressaltou o frei, destacando que seu maior legado será o incentivo aos estudos. “Ele era muito intelectual, e nos ensinava muito. Eu acredito que ele nos deixa o ensinamento de que nós padres mais novos, iremos enfrentar um mundo diferente do dele, e temos que caminhar com a modernidade e sermos padres para o futuro, além de estudar sempre. Seu principal legado com certeza é o estudo, ele deixa de ensinamento não somente para os novos, que uma das melhores coisas desta vida é estudar, que o estudo é uma oração. Ele sempre olhou pra nós como pessoas do futuro, e dizia que deveríamos nos preparar para o futuro, com boa formação”, finalizou.

Padre Faustino foi mais uma vítima da Covid-19

Faustino Jose Tonini estava trabalhando em Arujá/SP, na Paróquia Senhor Bom Jesus quando adoeceu. Ele foi para o hospital inicialmente para tratar problemas nos pulmões, porém, acabou sendo infectado pelo coronavírus. No final do mês de março ele foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com enfisema pulmonar, e segundo informações, com os pulmões muito frágeis na época, desde então, não apresentou melhoras significativas, até que veio a falecer.

Sepultamento

O sepultamento do padre será realizado nesta sexta-feira (9), às 10h40, no Cemitério do Santíssimo Sacramento, em São Paulo. A celebração será reservada aos religiosos de Sion e algumas poucas pessoas de seu convívio, devido às restrições impostas pela pandemia. A missa de sétimo dia acontecerá na próxima quarta-feira (14) às 18 horas, na Comunidade do Tabor e será transmitida pelas redes sociais de Sion.

Redação Página 1

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