Em Castro, 820 pacientes por dia procuram medicamentos nas farmácias das Unidades Básicas de Saúde

Em Castro, 820 pacientes por dia procuram medicamentos nas farmácias das Unidades Básicas de Saúde

Matheus de Lara

A procura por medicamentos fornecidos pelas farmácias municipais aumentou de acordo com levantamento feito pela Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF). Em Castro, somente no ano de 2022, em comparação ao ano de 2021, houve um aumento de 4,6% na procura pelo serviço. Muitos pacientes que frequentam as Unidades Básicas de Saúde (UBS), conseguem seus medicamentos de forma gratuita nas farmácias localizadas em alguns postos de saúde.

É o caso da manicure, Sandra Mattos, que a cada quatro meses precisa procurar a Unidade Básica de Saúde Bom Jesus, para pegar seus remédios. “Eu uso hidroclorotiazida, losartana, norptilina e fluoxetina. A exemplo dos remédios de pressão tenho que usar para o resto da vida. Dos medicamentos norptilina e fluoxetina, a cada trinta dias tem quer renovar a receita, onde faz uma consulta e pega novamente, de forma gratuita. Isso é muito bom, é menos um gasto durante o mês, igualmente para outras pessoas que precisam também”, ressalta.

A exemplo do que acontece com Sandra, milhares de castrenses também precisam deste recurso para dar continuidade a seus tratamentos de saúde. Para compreender melhor o funcionamento do serviço no município, a reportagem do Página Um News conversou com a responsável e chefe da divisão de assistência farmacêutica, Juliana Silva Ávila.

Segundo ela, a Central de Abastecimento Farmacêutico, recebe remédios todos os dias, através do Consórcio Paraná Saúde e também por meio de licitação. “Por mês recebemos 1.508.000 unidades entre comprimidos, frascos e ampolas. Ofertamos aos postos de saúde 170 tipos de medicamentos na atenção básica com base na relação nacional de medicamentos. Em média são 81 mil unidades de comprimidos por dia que são entregues pelas farmácias, para 820 pacientes que frequentam diariamente os postos. Já os remédios mais procurados são para hipertensão, diabetes e saúde mental, que é a losartana, metformina e fluoxetina “, relatou.

Pacientes de todas as idades procuram as farmácias, e para retirar o medicamento gratuito, Juliana aponta que “a pessoa tem que passar por consulta médica, odontológica no SUS, seja na unidade básica de saúde ou na UPA. Também precisa portar a prescrição médica do profissional prescritor da rede, RG e cartão SUS”.

Farmácias municipais

Dos 18 postos de saúde espalhados pelo município, Juliana conta que somente as unidades do Abapan, Bom Jesus, Guararema, Alvorada, Jardim Bela Vista, Jeovah Ribeiro, Socavão, Tronco e Cantagalo têm farmácia. Ela explica o motivo de o serviço não estar disponível em todas as UBS. “Pela legislação é necessário ter a farmácia registrada com o farmacêutico registrado no conselho da farmácia. Antigamente eram poucos postos que tinham farmácias. Foi ampliado conforme a demanda do bairro, como no Cantagalo, que aumentou a população, e no Alvorada, pela dificuldade do transporte. Então, avaliando a necessidade da população e a concentração desses pacientes, vão sendo abertas as outras farmácias. Mas, não somos obrigados a ter farmácias em todas as unidades básicas de saúde. Futuramente é uma tendência ter farmácias em todos os postos”, conta Juliana. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a farmácia fornece medicação para pacientes que estão sendo atendidos na unidade, ou seja, na urgência e emergência.

A responsável pela CAF também informou que ocasionalmente pode ocorrer falta de medicamento nas unidades, mas que isso seria principalmente pela indisponibilidade de mercado ou até mesmo por atraso das entregas.

Sobre a expectativa do novo governo, se pode haver algum atraso ou falta de medicamentos, Juliana acredita que não. “A verba é tripartite, governo federal, estadual e municipal. Tem a legislação que as esferas tem que cumprir orçamento mínimo por número de habitantes/ano. Em 2022 recebemos verba do governo federal em R$ 477.940, do estadual em R$ 243.698 e municipal em R$ 1.320.000, sendo que repassam a verba para o consórcio onde a cada dois meses o consórcio abre uma planilha de compra, e eu seleciono a quantidade de determinado medicamento e realizo a compra”. Juliana também ressalta que os remédios gratuitos estão cada vez mais importante para a população. “O poder de compra está diminuindo e os preços estão aumentando, as pessoas em geral, independente da classe social, está cada vez mais dependente”.

Foto: Divulgação

Redação Página 1

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