Castrense vai lançar romance de quase 300 páginas

Vinicius Machado Especial Página Um News*

A castrense Mayka Wogue vai lançar na noite desta sexta-feira (18), na Casa da Cultura Emília Erichsen, em Castro, o livro ‘Perfume do Além’. O lançamento acontece a partir das 19h30, e a renda com a venda dos exemplares será revertida para a Fundação Titia Zélia, criada por Mayka.
Em conversa com a reportagem do Página Um News , a autora descreve o livro como romance, onde a personagem principal é uma mulher trans que se fechou para o mundo após perder a única pessoa que amava. No trabalho ela se apaixona por um colega e alguns fatos sobrenaturais passam a acontecer em sua casa. A protagonista da obra recebe ajuda de uma senhora espiritualista que a a faz compreender os sinais, romper suas barreiras e retomar sua vida profissional e pessoal.

O romance descreve como a protagonista vai aprender a conviver e a lidar com as situações cotidianas vividas por ela. Reflete o choque de um homem ao se descobrir sexualmente atraído por uma pessoa trans, seus medos e questionamentos, a homo e transfobia, sexualidade nas forças armadas, e cenários e fatos históricos do Brasil, Europa e Grécia.
A autora Mayka Wogue dedica o livro a radialista (in memoriam) castrense Zélia, e o lançamento vai acontecer no dia de seu aniversário. Toda a renda obtida com o livro de 284 páginas, será destinada ao estúdio e Fundação Titia Zélia.

É o quarto livro da autora, que já lançou três obras pela CBJE e este último, ‘Perfume do Além’, pela LUCEL.

Biografia

Mayka Wogue nasceu em 08 de setembro de 1980 em Castro, Paraná. Desde a mais tenra idade, notou ser uma pessoa “diferente”, que não se encaixava nos supostos padrões pré estabelecidos, a levando a uma de suas grandes paixões, a leitura.
Aos nove anos escreveu e estreou sua primeira peça, depois veio a militância na luta contra a aids, LGBTQIA+, fome, violência e demais causas sociais.

Junto às campanhas de prevenção ao HIV, passou a estudar sexualidade e gênero, nesse momento percebeu que não se encaixava como homossexual, havia algo de errado, foram anos tentando se entender e mais um tempo tomando coragem para assumir sua identidade.
Já conhecida pelas inúmeras palestras, intervenções sociais e culturais, peças, cinema e tv, já era uma pessoa razoavelmente conhecida.

Sempre em meio a polêmicas, seja por inúmeros romances, ou por trabalhos culturais e ou por comprar brigas com políticos buscando justiça social e melhores politicas públicas, iniciou o engajamento político em 1996. Em janeiro de 2014, afastou-se dos palcos e matou Ariano Elon, nascendo Mayka Wogue, a princípio quietinha e reclusa, felizmente a arte falou mais alto e voltou a escrever, ‘A Vocês de Coração’, uma coletânea de poesias, ‘Mistério em AlphaVille’, romance policial, ‘Com Prazer Mayka Wogue’, autobiografia e ‘Amor Essencial’, romance biográfico, foram seus últimos lançamentos literários, na tv a minissérie ‘Maria Bueno’, e no cinema ‘A Joia’, ‘Com Prazer Mayka Wogue’, ‘O Raiar da Liberdade’ e ‘Filhos da Terra’, foram os últimos lançamentos, infelizmente o filme ‘Imortal’ jamais será finalizado, a morte de Zélia Schitikoski, a estrela da obra pôs um ponto final na produção.

Os constantes embates junto aos governantes em defesa dos menos favorecidos causaram até mesmo inimizades e perseguição por parte dos poderosos, felizmente, também é grande o apoio da população.
Mayka Wogue que nasceu para ficar apenas nos bastidores, mas novamente quebrou barreiras, em agosto de 2018 se tornou a primeira mulher transgênero a ter os documentos retificados em Castro, em junho de 2022, como também foi retificado os documentos de seu filho, que agora consta Mayka Wogue e Marli.

Longe dos palcos, mas nunca longe do público, há três anos dirige e apresenta o Canal Língua Solta no YouTube, um programa de entrevistas, curiosidades e variedades. No Canal Língua Solta ela recebe políticos, empresários, artistas, ativistas, formadores de opinião.
Em março de 2022 criou a Fundação Titia Zélia, onde socorre pessoas em situação de rua com alimentos, roupas e cobertores, famílias em situação de vulnerabilidade alimentar, em situação de risco, desenvolvendo trabalhos sociais e culturais.

*Com a redação