No Agroleite, Norberto Ortigara fala sobre o futuro dos recursos para o Agronegócio

No Agroleite, Norberto Ortigara fala sobre o futuro dos recursos para o Agronegócio

Luana Dias

Quem quer que seja eleito para a presidência da República no próximo mês de outubro terá que percorrer um caminho de pedras para ajudar pecuaristas e agricultores paranaense, e de todo Brasil, a encontrarem equilíbrio entre a produção e as formas de captação de recursos para investimentos no campo. A previsão é do secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. Na terça-feira (16) ele conversou com a reportagem do Página Um News, durante visita ao Agroleite, e falou dos desafios que o setor tem enfrentado, graças ao cenário econômico nacional, apontando o diálogo, como a ferramenta a ser usada.

Ortigara destacou, por exemplo, o quanto regiões como o Centro Sul brasileiro ainda dependem de crédito rural para o financiamento das diferentes atividades desempenhadas no Agronegócio, e o quanto o aumento dos juros vem penalizando os produtores. “Nós ainda somos muito movidos por crédito rural, e todo mundo sabe que a volta da inflação fez a Selic, que é a taxa de juro básica da economia, subir. O aperto fiscal do Brasil impõe dificuldades para que o custo dos empréstimos se torne mais aceitável entre os agricultores, ou seja, o crédito encolheu, e o Ministério da Economia tem dificuldade com os recursos, com juros acima de 13% no mercado. Foi necessário aumentar o Pronaf, de 4,5 para 6%, aumentar o Pronamp e aumentar as linhas fundamentais de investimento para 10,5, 12% ao ano”, destacou.

De acordo com o secretário é preciso foco e união entre a cadeia e as esferas governamentais, para que o Agronegócio brasileiro não tenha seu ciclo de desenvolvimento interrompido. “Há um trabalho intenso para que o sistema bancário volte a ter certa normalidade, mas, para que haja o fluxo necessário para as cooperativas, por exemplo, que fazem papel importante de investir na agregação de valor e têm planejamento consistente de investimento a longo prazo, possam seguir investindo, deve haver barganha. É preciso negociar com o próprio Ministério da Economia para que haja um restabelecimento, para que a aspiração nossa, do Brasil, de sermos cada vez mais relevantes no mundo do alimento e da fibra, não seja prejudicada, e para que, possamos fortalecer cada vez mais a nossa balança comercial, porque quando os americanos aumentam o juro, como fizeram agora, o dinheiro tende a sair para um porto mais seguro, e nós não podemos perder esse tempo, de fazer os investimentos produzirem os efeitos que todos nós esperamos, da economia funcionando”, ressaltou.

Segundo Ortigara, o próximo presidente eleito para o Palácio do Planalto, ainda que tenha consciência da importância do Agronegócio brasileiro, não irá percorrer um caminho fácil para contribuir com o setor da forma como é necessário, justamente por conta do atual cenário econômico, brasileiro, e do mundo, no período pós-pandemia. “O Brasil tem uma condição fiscal difícil, a inflação alta como está, e que pese termos tido deflação durante julho, ainda vai ser matematicamente doloroso trabalhar taxas mais aceitáveis. Mas nós temos que persistir, e demonstrar que dentro das prioridades que o Brasil deve ter, uma delas é exatamente fortalecer a sua base. Na verdade, o agro é o único setor onde nós temos alguma relevância competitiva no mundo, não podemos perder tempo, é preciso priorizar sim, é claro que tem visões ideológicas um pouco diferentes nos vários campos da política, mas seja quem for o eleito, certamente vai continuar encontrando muito aperto fiscal, mas, nós queremos a nossa parte, não é de graça, é investimento para que continuemos fazendo esse papel de gerar oportunidades”, finalizou.

Redação Página 1

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