Impasse nas negociações pode desencadear em greve dos professores em Carambeí

0 0

*Da Redação

Carambeí – Segue o embate entre professores, representados pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais – Sindiserv e a Prefeitura Municipal, na pauta reivindicada pela categoria que pede aumento de 33,24% para a categoria.

Em uma nova rodada de negociações realizada na sexta-feira (29), reunindo a prefeita Elisangela Pedroso (PSB), acompanhada de assessores jurídicos e pela secretária municipal de Educação e Cultura, Kátia Harms, além do presidente do Sindiserv, Julio Horn e uma comissão de professores que representava a categoria, as partes não chegaram num consenso.

De acordo com o presidente do Sindiserv, o reajuste já vem sendo pleiteado desde o mês de fevereiro, quando foi apresentada a pauta de reivindicações. “A classe está pedindo que o Executivo aplique o mesmo percentual de aumento do piso nacional do magistério a todos os professores da rede municipal, que prevê reajuste salarial de 33,24%.

Outros municípios já estão repassando e é o momento de valorizar os servidores da Educação”, enfatiza.

Dados do Controle Interno da Prefeitura de Carambeí, mostrados durante a reunião, apontam que 80% do valor da folha de pagamento do município correspondem as áreas da Educação e Saúde, também foram apresentados estudos de impacto com reajuste de 5%, 8% e 17%. Durante a reunião, a prefeita disse aos presentes que está descartada a possibilidade de conceder o reajuste na porcentagem do piso nacional e que precisam aguardar até o mês de agosto para uma nova conversa.

Após reunião da comissão com a direção do sindicato, ficou definida a rejeição da proposta da Prefeitura, de aguardar uma nova rodada de negociação para o mês de agosto, que seguem na busca dos 33,24% e que não está descartada a possibilidade de greve da categoria.

Explicações

O secretário municipal de Finanças, Olivir Pereira de Paula, diz que além da portaria do MEC não prever o aumento para todos, também não há viabilidade financeira para a concessão. “O município está com as contas em dia, o percentual de despesas com pessoal está controlado, como nunca houve. Um trabalho que fizemos desde que assumimos o governo em 2021, quando pegamos com um índice de despesas que estava em 54%, e hoje estamos abaixo de 45%, fato que não ocorria há cerca de 15 anos. Porém, nós temos outras necessidades dentro da própria Educação que não são apenas salários. A realização de concurso público para secretários escolares, professores, outros locais que tem déficit de servidores e na Saúde faltam enfermeiros e técnicos que estão sendo chamados via teste seletivos”, afirmou.

Conforme o secretário, os repasses feitos pela União ao Município, pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), não são suficientes para pagar toda a folha de pagamento dos professores. No ano de 2021, o repasse chegou a R$ 14.835.676,81, sendo o total da folha e encargos sociais R$ 18.446.621.10, ou seja, R$ 3.611.180,09 dos cofres da prefeitura para complemento.

“É preciso esclarecer que os recursos do Fundeb são para pagamento de professores e manutenção do Ensino. A conta não fecha, não é possível manter toda estrutura da Educação somente com o Fundeb, mesmo a Prefeitura estando atualmente com o percentual da folha de pagamento abaixo do limite permitido não é possível arcar com essa solicitação de aumento para aqueles professores que estão acima do piso e ainda contam com benefícios como progressão de carreira, quinquênios e vale alimentação”, frisou.

Outro benefício para os professores, foi a organização da licença prêmio, que desde 2018, não obedecia ao cronograma. Agora, ficou estabelecido a concessão de licença para 50 professores em abril, o mesmo número para setembro e mais 50 para o próximo ano. E, o aumento de R$ 150 para R$ 300 reais no auxilio alimentação.

É necessário explicar que quando um grupo de professoras está em licença é preciso contratar através de teste seletivo o mesmo número de profissionais para substituição, o que gera um custo a mais, pois o professor em licença prêmio, de três meses, continua recebendo o salário integral.
Outra questão importante que a Prefeitura Municipal esclarece é com relação aos recursos repassados para a Educação, necessários para os alunos no seu aprendizado como aquisição de kits escolares, material de artes, brinquedos pedagógicos, entre outros.

A manutenção das escolas também tem recursos direcionados, assim como ampliação física dos prédios tanto do Ensino Fundamental quanto dos Centros Municipais de Educação Infantis (CMEIS).

Participe do grupo de WhatsApp do PáginaUm News e receba as principais notícias dos campos gerais direto na palma da sua mão.

Deixe um comentário
× Fale com o P1 News!