Caso Rômulo: Mãe e padrasto passam a ser réus

Caso Rômulo: Mãe e padrasto passam a ser réus

*Da Redação

Ponta Grossa – O Ministério Público, na noite de sábado (5), ofereceu denúncia em desfavor do padrasto e da mãe do jovem Rômulo Luiz Fernandes Borges, 19 anos, que agora passam a ser réus.

A Promotoria de Justiça de Ponta Grossa entendeu haver elementos da prática dos crimes de carcere privado, tortura e fraude processual em relação a mãe do jovem e dos crimes de homicídio qualificado pelo meio cruel e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima em relação ao padrasto, que responderá também por carcere privado, tortura e fraude processual.

No caso da mãe do jovem, as penas previstas para os crimes podem chegar a até 19 anos de prisão e no caso do padrasto até 50 anos.

Entenda o Caso
Foi questão de horas a prisão de padrasto e a mãe de um autista de 19 anos morto na manhã de sexta-feira (18 de fevereiro).

De acordo com as informações coletadas, a vítima era mantida em condições degradan-tes na residência do casal, vivendo em um quarto instalado em um banheiro desativado, com teto mofado, infiltrações, sem iluminação e sem condições de higiene, tendo sido relatado, ainda, que o jovem seria amordaçado quando entrava em crises.

Inicialmente, por restar comprovado que a vítima era maltratada em sua residência e teve sua integridade física exposta a perigo, fato que ensejou sua morte, ambos os investiga-dos foram autuados pela prática do crime de maus-tratos com resultado morte na tarde de sexta-feira. O crime que eles responderão está previsto no art. 136, §2º do Código Penal, cuja pena pode chegar a 12 (doze) anos de prisão. Padastro e mãe foram recolhi-dos à Cadeia Pública Hildebrando de Souza.

De acordo com o delegado Luís Gustavo Timossi, que presidiu a ocorrência, embora haja forte suspeita de que o jovem Rômulo tenha sido assassinado por seu padrasto, há necessidade de maior aprofundamento das investigações para completo esclarecimento dos fatos, motivo pelo qual os investigados poderão ser ainda indiciados por homicídio.

O delegado esclareceu que desde a notícia da morte, a Polícia Civil iniciou as diligências visando esclarecer os fatos, que resultaram na forte suspeita de que a vítima vinha sendo submetida a agressões constantes pelo menos desde o ano de 2018, quando deixou de frequentar um centro especializado de autistas após sua mãe ser confrontada por profis-sionais do local. Na ocasião, os profissionais teriam constatado o surgimento de lesões no corpo do jovem, motivo pelo qual as investigações devem avançar ainda mais, visan-do verificar até mesmo a prática de tortura.

O delegado explicou, na ocasião, que embora a mãe do jovem não estivesse na residên-cia no momento de sua morte, em razão da existência de suspeita de que a vítima era agredida de forma recorrente pelo padastro e a mãe nada teria feito nada para cessar as agressões, esta poderá vir a ser responsabilizada por ter se omitido ao proteger o filho, um jovem extremamente vulnerável.

Redação Página 1

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