Será que aquelas vidas – e as bolachas – importam?

Será que aquelas vidas – e as bolachas – importam?

*Com Reinaldo Mayer

Os gênios que transitam no futebol – e no céu – nos ensinam jogadas e efeitos. De aviões para hotéis, a maioria não estuda e seu rendimento diminui a partir dos 35 anos. Há campeões que insistem em teimar, jogam em times menores e vão simplesmente sumindo do cenário. O narrador esportivo Luciano do Valle sabia disso: veteranos precisavam manter a forma e a saúde e até ganhar algum dinheiro com isso. Idealizou um Campeonato de Masters e reuniu grandes nomes na Copa Pelé, em 1987. Ele e sua ideia logo morreram mas ficou um problema maior para os que vivem do futebol e voltam, depois, quase desconhecidos, para suas famílias. Com vidas e corpos malcuidados, externam o famoso “Estresse dos Excluídos”, que progride com a idade para um último grau: o da ilusão, da paranoia e dos distúrbios correlatos. Vanucci e Maradona comprovam isso: o apresentador de TV foi demitido em 1998 porque apareceu ao vivo num programa esportivo comendo uma Bolacha e jamais recuperou sua vida totalmente. O craque, flagrado na Copa de 1994 num exame antidoping, também nunca mais foi o mesmo sem a bola nos pés. Ele e outros iguais, fora dos campos, refletem ALGO que DEVE ser cuidado por Entidades que faturam com o Futebol e ignoram a vida dos que cumprem rotinas esportivas e arriscam sua saúde e das famílias em plena Pandemia. Atletas mais preparados podem sobreviver, se fizerem um pé – de – meia razoável. Mas e os outros, sem uma ocupação digna para manter uma vida razoável longe dos gramados? ALGO TEM QUE SER FEITO. Ou será que são vidas que não importam?

Redação Página 1

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