Da Assessoria
A deputada Mabel Canto (PSC) votou nesta quarta-feira (18) contrariamente ao Projeto de Lei n.º 372/21, discutido em regime de urgência, que autoriza o Estado do Paraná a delegar à União a administração e exploração de rodovias estaduais. A parlamentar já havia votado contrariamente ao PL na primeira votação ocorrida na terça-feira (17).
Em sua fala, Mabel Canto destacou que: “o povo do Paraná esperou por mais de 20 anos um pedágio justo, com tarifas baixas e obras, que fosse feito realmente em benefício da nossa população e do usuário das nossas estradas e não para beneficiar as concessionárias”.
Segundo a parlamentar, o chamado “novo modelo” de pedágio apresentado pelo Ministro Tarcísio e defendido pelo Governador Ratinho Júnior, tem degrau tarifário, e cria novas 15 praças de pedágio. Além disso, autoriza que as pedageiras envolvidas em escândalos de corrupção no Paraná possam participar das novas concessões que serão leiloadas pelo Governo.
“É preciso dizer que muito sangue foi derramado nessas estradas ao longo da história dos pedágios e ninguém nunca vai conseguir compensar isso. Hoje e ontem, tivemos a oportunidade de fazer o nosso melhor para o nosso povo e criar um modelo justo para a nossa população, entretanto, a delegação foi aprovada do jeito que o governo do Paraná queria.
Em sua justificativa, a parlamentar ponta-grossense argumentou que além da criação de novas 15 praças de pedágio, o chamado “novo modelo” promete uma diminuição irrisória no valor da cobrança das tarifas. Como exemplo, citou o trecho entre Ponta Grossa e Curitiba, já duplicado, cujo valor da tarifa é hoje de R$ 23,40, e terá uma pequena diminuição de somente R$ 3,48 e continuará caro. Segundo a parlamentar, o trecho demandaria apenas de contratação de manutenção, motivo pelo qual, a pequena diminuição (e provisória) do valor não se justificaria.
Eu cometeria um crime contra o Paraná e especialmente contra Ponta Grossa e os Campos Gerais, se eu tivesse votado favorável ao novo modelo de pedágio por mais 30 anos. Ponta Grossa é o maior entroncamento rodoviário do Sul do País, e merece um pedágio com tarifas mais baratas do que as estimadas para os próximos 30 anos.
“ Nós tentamos aprimorar esse projeto que aqui está com algumas emendas, que infelizmente foram barradas. Não posso concordar com isso! Eu ouvi por inúmeras vezes o governador falar em empresas picaretas e sobre o “estupro” que elas teriam praticado esses anos todos aqui no Paraná, mas ao mesmo tempo que ele (Ratinho Jr.) fala isso, ele se senta ao lado delas (das empresas) para inaugurar as obras dos acordos de leniência, como se fossem suas. Sua ação, não condiz com a sua fala, infelizmente! E mais uma vez, o pedágio é usado politicamente!”, concluiu a parlamentar.