Castro tem dois candidatos ficha limpa na disputa a uma vaga de deputado estadual

Matheus de Lara

Com a candidatura indeferida (com recurso) do ex-prefeito Moacyr Elias Fadel Junior, e consequentemente sua inelegibilidade, Castro passou a ter apenas dois candidatos considerados Ficha Limpa, na corrida eleitoral em busca de uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP-PR). São eles a ex-presidente da Câmara Municipal, Maria de Fátima Barth Antão Castro (PROS) e o eletricista Leandro Rodrigues da Cruz (AGIR). As vésperas da eleição que acontece no domingo, 2 de outubro, a reportagem do Página Um News conversou com eles para saber qual é a estratégia para conquistar o voto do eleitor nessa reta final.

Para Fátima Castro, com a experiência que conquistou como vereadora entre 2013 a 2020, entre recursos e emendas parlamentares nas áreas de esporte, agricultura, saúde, infraestrutura, entre outros, foi o que levou a concorrer a deputada. “Eu vou poder fazer muito mais, não somente por Castro, mas também nos outros municípios. Porque eu vou estar representando o Estado como um todo. Hoje minha força maior vai ser dos 77 municípios que fui presencialmente, mas também tenho outras cidades e pessoas, que estão me apoiando que eu não estive lá, mas tenho amigos e conhecidos que eu consegui apoio através da Aline Sleutjes [deputada federal, candidata ao Senado Federal]. Estamos juntas no mesmo partido, e dessa minha parceria com ela, vieram pessoas de outros municípios”.

Em relação a expectativa quanto à eleição, disse que é a melhor possível. “Ontem [quarta-feira] levei material para Matinhos, Paranaguá, Campo Magro, então tenho pessoas que querem a diferença nos municípios […]. É difícil você chegar? É!, mas não é impossível. Eu estou em um partido, que entre 30 mil e 35 mil votos estou eleita, Castro tem 52 mil eleitores e na última eleição 15 mil não votaram. Muita gente não vota, mas a política impacta diretamente na nossa vida”.

Sobre como a candidata vê a inelegibilidade de um concorrente à mesma cadeira, a exemplo do ex-prefeito de Castro, Fátima aponta que “eu vejo que cada ação ela tem um resultado. Isso que está acontecendo é fruto de posições que ele tomou de coisas que aconteceram. Não é fácil estar em um serviço público, existe muita burocracia, mas precisamos pautar as ações nossas dentro da legalidade”.

Fátima também explica como está sendo o trabalho de convencimento do eleitor nesses últimos dias. “Foi bastante difícil pela questão da chuva, porque estamos tentando entregar material nas casas; também temos feito o trabalho de corpo a corpo, conversando com o maior número de pessoas, espalhar pelo maior número de pessoas, precisamos desta divulgação e tentar com que o nosso nome chegue para essas pessoas. Por exemplo, no Whatsapp eu tenho um aplicativo que eu fiz, onde ele fala do meu trabalho e de que maneira quero trabalhar enquanto deputada, além das redes sociais para atingir o maior número de eleitores”.

A candidata enfatiza que ainda está tendo gastos de campanha. “Eu recebi do fundo partidário R$ 40 mil, e não é suficiente, porque só o advogado custa R$ 8 mil, além do contador. O material de campanha é muito caro, fiquei desesperada, demorei muito para fazer o material porque eu não tinha dinheiro. Por exemplo, eu queria fazer um jornalzinho, mas custa uma fortuna, com isso pensei e compactuei o meu material em um folheto só, e consegui fazer 100 mil folhetos, depois de conseguir parceria com um deputado federal onde o custo ficou por conta dele […]. Desde o começo pensei que não teria recurso, e eu não posso sentar no barranco e chorar, eu tenho que ter uma estratégia”, explica.

“Sabemos o trabalho que estamos desenvolvendo, por isso que eu estou confiante, mas eu preciso da votação de Castro”. A ex-presidente da Câmara Municipal falou que se eleita, vai fazer revisão em algumas legislações. “Temos algumas leis que acabam sendo inaplicáveis, e que existem legislação que precisam ser melhoradas”.

Fátima é servidora municipal há 27 anos, sendo 15 anos na área da educação, e desde 2010 trabalha no CRAS do distrito do Socavão.

Leandro

Para o eletricista da Copel, Leandro Rodrigues da Cruz, é a segunda eleição que participa. A primeira concorreu a vereador em 2020. Para deputado estadual, concentrou sua campanha apenas em Castro. Leandro disse que se candidatou para conquistar uma vaga na ALEP, e trazer melhorias para o município.

“A gente anda pela cidade e vemos que tem muita coisas a ser melhorada. Além disso, trazer uma faculdade para Castro, e assim ajudar nossos jovens, e também trazer empresas para estar gerando emprego para o castrense”. Além disso, uma de suas propostas recai a casas habitacionais, para aqueles que pagam aluguel e querem sua moradia própria, além dos outros temas como o agronegócio, saúde trazendo recursos, e melhorias para a segurança. O candidato disse que sua expectativa para as eleições é grande, pelo fato de nascer e morar na cidade.

Leandro também analisa o que pensa sobre a inelegibilidade de seu concorrente. “Falando de verdade já fui eleitor do Moacyr, eu vejo assim, que o trabalho que o Moacyr fez para mim é excelente. Mas, cabe ao povo decidir no dia 2 de outubro”.

Na reta final, o candidato conta que está convencendo o eleitor para conquistar o voto, no corpo a corpo. “Estamos indo nos bairros, distribuindo material nas residências, conversando com as pessoas. Hoje [quinta-feira] estávamos no centro”.

Em relação ao fundo eleitoral, Leandro aponta que “não tenho nada de fundo. A campanha minha é limpa, eu ganhei o material do governador Ratinho, mas de fundo mesmo o partido me liberou só R$ 1 mil para combustível. Eu estou tendo que gastar do meu bolso na verdade, para pagar algumas coisas”.

Para finalizar, disse que tem a consciência que pode não vir a se eleger caso não consiga uma votação expressiva. “Tenho essa consciência sim, até porque fiz minha campanha só aqui em Castro, e para fazer uma campanha expressiva, você tem que ter o fundo para rodar o Paraná”, concluiu.