Dia Nacional da Consciência Negra alerta para o racismo

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Matheus de Lara

Nesta sexta-feira (20) é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra, data escolhida por ter sido o dia da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, em 1695. Atualmente o dia é lembrado, principalmente na representatividade da luta dos negros contra a discriminação racial e desigualdade social, que ainda é um problema por parte da sociedade.

Nos dias de hoje a violência policial, a discriminação, os assassinatos, e o preconceito vem aumentando no mundo inteiro, aparecendo cada vez mais. De acordo com dados mais atualizados do Atlas da Violência 2020, a taxa de homicídios de negros cresceu 11,5% de 2008 a 2018. O racismo ainda é a maior causa de preconceito cometido por grande parte das pessoas. Por outro lado, existe uma parcela também grande da população que está mais atenta para denunciar e dar a visibilidade necessária.

Dados estatísticos
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), baseando-se em dados mais recente de 2018, 54% da população brasileira é negra. Sob o mercado de trabalho, 54,9% representam a maior parte no país. Já o rendimento médio domiciliar per capita de pretos e pardos é de R$ 934. Sobre as taxas de pobreza e de extrema pobreza, entre pretos e pardos, o percentual é de 32,9% da população.

Preconceito
Em conversa com o Página Um News, a presidente da Associação Quilombola das Comunidades Negras de Castro, Rosilda Cardoso, disse que já sofreu preconceito principalmente quando começou a trabalhar. “Já sofri preconceito, na infância, adolescência e também na vida adulta. Eu tive a oportunidade de passar em um concurso público, mas no trabalho senti o preconceito da sociedade por duvidar da minha capacidade”.

De acordo com Rosilda, a sociedade deve conhecer e buscar mais a cultura negra e quilombola. “Assim como buscam as demais existentes em nosso país, as comunidades negras não possuem grandes riquezas monumentais e materiais pois nunca tiveram as mesmas oportunidades, mas possuem imensa riqueza cultural de ancestralidade, ensinamentos, culinária, artesanatos e costumes. Com isso, deve-se compreender que só ensinando para nossas crianças a valorização e o respeito à todas as culturas, poderemos construir uma sociedade mais igualitária”, conta.

Expressão
Rosilda descreve qual o termo correto para usar. “Para o IBGE, negros correspondem ao somatório de pretos e pardos. Nesse caso, pretos são considerados os que possuem a pele mais retinta e os pardos os que possuem a pele menos retinta. Em vez de ‘Preto’, a nomenclatura a ser usada é ‘Negro'”, conclui.

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