Parceria regulariza e aumenta número de atendimentos médicos na Cadeia de Castro

Parceria regulariza e aumenta número de atendimentos médicos na Cadeia de Castro

Luana Dias

Saúde é o foco de mais um projeto em andamento na Cadeia Pública de Castro. Uma parceria firmada entre a direção da unidade e a Secretaria Municipal de Saúde vem viabilizando atendimento regular aos detentos do local, uma vez por semana. A cada visita à unidade o profissional atende a 10 apenados, para consultas tanto preventivas, como curativas. Conforme explica o diretor da Cadeia, Elerson de Lima, antes da parceria ser formalizada já ocorriam atendimentos esporádicos na unidade, no entanto, agora a assistência se tornou mais frequente e ampliou o número de reclusos atendidos.

Entre os pacientes do médico Edinelson F. de Miranda, estão os que fazem uso contínuo de medicamentos e necessitam da renovação de receita, detentos que são soropositivo, outros que necessitam de tratamento após serem diagnosticados com doenças como a tuberculose, além de dependentes químicos, e apenados que precisam de medicamento para problemas comuns a pessoas privadas de liberdade, como crises de ansiedade. O profissional também cuida dos encarcerados em casos de surtos.

“Alguns casos acabo encaminhando para fazer exames, como exemplo, pacientes soropositivo, pacientes com tuberculose – do ano passado para cá já foram nove casos de tuberculose diagnosticados e tratados na Cadeia. De vez em quando ocorrem quadros de surto na unidade, como de escabiose, que também são tratados. Uma coisa que vemos muito em pessoas privadas de liberdade são crises de ansiedade, por estarem presos, muitos deles pedem medicação para dormir, alguns são dependentes químicos e enfrentam períodos de dificuldade, mas faz parte, eles têm que pagar a dívida que têm com a sociedade”, destaca.

De acordo com o médico, seus pacientes encarcerados, são em sua maioria jovens. Há também os que saem em liberdade durante o tratamento, mas acabam voltando para a unidade e tornam-se novamente seus pacientes. “O perfil dos pacientes que eu atendo aqui é de uma população bastante jovem e a rotatividade é muito grande. Muitos desses internos acabam saindo da unidade e perdemos o contato, mas alguns retornam, infelizmente, e damos continuidade ao atendimento, tentamos resolver a maior parte dos casos. Como médico procuro não perguntar pelo qual motivo a pessoa está presa, procuro tratá-las como pessoas que precisam de assistência médica apenas”, ressaltou Edinelson.

Enquanto responsável pelo projeto de ampliação dos atendimentos, Elerson de Lima fala sobre a importância do acesso a assistência médica estar ao alcance inclusive de quem está privado de liberdade. “A saúde é um direito de todos, inclusive dos apenados. Temos que garantir ao máximo a redução e a prevenção do risco de doenças e de outros agravos que possam acontecer na unidade penal. Também temos que realizar serviços para a proteção e recuperação daqueles ressocializandos que já adentraram na unidade infectados”, finaliza.

Elerson de Lima, diretor da Cadeia Pública de Castro e Edinelson Miranda, médico responsável pelos atendimentos

Redação Página 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: O conteúdo é de exclusividade do Página 1 News.
× Fale com o P1 News!