Março Azul conscientiza em relação ao câncer de intestino, destaca o médico Matilvani Moreira

Março Azul conscientiza em relação ao câncer de intestino, destaca o médico Matilvani Moreira

Bianca Martins

O câncer de intestino ou colorretal é o terceiro mais frequente no Brasil de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e para destacar a importância da prevenção e o diagnóstico precoce a campanha Março Azul foi pensada para fortalecer a conscientização em relação à doença. A iniciativa é uma ação conjunta da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

De acordo com estimativas do Inca, só em 2023, cerca de 20 mil homens e 20 mil mulheres serão acometidos da doença, e pelo menos 2 milhões de pessoas no mundo serão diagnosticadas. O diretor técnico da Clínica Cambuí, clínico geral e cirurgião do aparelho digestivo, Matilvani Moreira, destaca que o objetivo da campanha é informar sobre as formas de prevenção e da importância do diagnóstico precoce. “No mundo, estatísticas mostram que 2 milhões de pessoas adquirem esse câncer por ano. A campanha é exatamente para que a pessoa faça o diagnóstico precoce, antes que tenha sintoma. Quando tem sintoma, o diagnóstico é tardio e infelizmente aproximadamente 85% dos casos diagnosticados, realizados no Brasil, já é na fase tardia. O que nos preocupa é que a chance de cura cai para 30%. Se faz um diagnóstico precoce a cura chega a 90%”, frisou.

Ele também aponta que outra doença, bastante comum, pode ser um entrave para o diagnóstico precoce do câncer de intestino: a hemorroida. Matilvani descreve que muitos pacientes acabam não fazendo colonoscopia – exame indicado para o diagnóstico precoce – para investigar eventuais sangramentos ou desconfortos por acreditarem que são decorrentes das hemorroidas. “Se o paciente está com alteração no hábito intestinal, se o paciente tem sangue nas fezes, não ficar pensando que é hemorroida. Isso atrapalha muito. Porque a hemorroida é uma doença muito frequente e não é porque você tem, que é uma lesão na região anal, que tudo o que acontece é decorrente dela. Paciente com 50 anos, está sangrando, tem hemorroida, tem que fazer colonoscopia. É um grande erro que leva ao retardo do diagnóstico, que leva o diagnóstico já na fase avançada. Isso é um mito, não é a realidade. Se está sangrando, faz a colonoscopia. Não fique pensando que o teu sangue nas fezes é hemorroida. Pode não ser”, alertou.

Exames preventivos

A indicação para realização de exames preventivos, de acordo com Matilvani, é de dez em dez anos, a partir dos 50 anos. Isso, se não tiver nenhuma ocorrência da doença da família. Se, por acaso algum familiar teve o câncer colorretal, a orientação é fazer a colonoscopia 10 anos antes da idade que acometeu o familiar, ou seja, se o parente teve a doença com 40 anos, familiares diretos precisam fazer exames preventivos já a partir dos 30 anos. Ele também indica que seja feito um estudo genético para avaliar melhor a condição do paciente quando possuir casos na família.

O diretor técnico da clínica Cambuí destacou que existem exames de fezes que podem ser feitos, mas sem a precisão técnica da colonoscopia. Para o diagnóstico preciso o único exame indicado é a colonoscopia. Em Castro, a única clínica que oferece o exame é a Cambuí. Matilvani conta que tem dois especialistas na área e anestesistas para acompanhar o paciente com toda a segurança. “Hoje em dia é muito tranquilo para fazer a colonoscopia. O preparo é um pouco desconfortável, mas na sala de exames, o paciente fica totalmente tranquilo e seguro. Tem o anestesista que acompanha tudo, para que a pessoa não sinta nenhum desconforto. Precisamos desmitificar o exame. A grande maioria dos cânceres surgem de pólipos, então quando faz o exame da colonoscopia, acha esses pólipos e retira. Isso é a prevenção. O exame que resolve o problema é a colonoscopia. Porque é na colonoscopia que você vai examinar. É através dele que podemos fazer um diagnóstico preciso e interromper o crescimento de um tumor”, explicou.

Este tipo de câncer atinge o intestino grosso e o reto, e é considerado, por especialistas, um dos tumores malignos mais letais. Além das condições genéticas e hereditárias, o sedentarismo, a obesidade, o consumo de carne vermelha em excesso, consumo regular de álcool e tabaco, e baixo consumo de fibras, frutas e vegetais, podem estimular o aparecimento da doença.

Redação Página 1

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