Mãe e madrinha acusam escola de postura racista

Mãe e madrinha acusam escola de postura racista

Luana Dias

“Eu me senti muito mal. Entendi que isso foi uma forma de descriminação com meus filhos”. Esse é o relato de uma mãe que viu os filhos, negros, sendo os únicos vestidos de forma diferente dos demais, no desfile de 7 de Setembro. Ambos representavam a Escola Municipal Dalila Ayres, e, como duas semanas antes do evento tinham pago pelas camisetas que usariam na data, deveriam estar vestidos iguais aos demais alunos, no entanto, não foi o que aconteceu.

Quando chegou para assistir à apresentação, a mãe, T.R.S.E., deparou-se com seus filhos, de 11 e 14 anos, fora do ensaio, mas logo eles foram inseridos, e em seguida, o desfile começou. Segundo ela, todos os demais participantes usavam camiseta igual. Ao questionar a pessoa responsável pelas vestimentas, a mãe ouviu o relato de que a diretora da escola teria ido até sua casa para fazer entrega das peças, porém, na ocasião, não encontrou ninguém na residência. “Nesse dia eu estava em Campo Largo. Fui para lá com minha filha que está em tratamento médico, e, realmente chegamos muito tarde em casa. No caminho ocorreu um acidente que atrasou bastante a nossa chegada. E no outro dia, estive em Ponta Grossa, mas já tinha até entregue atestado dessas faltas, porque estávamos lidando com médico, porém, não tentaram entregar as camisetas para nós em nenhuma outra ocasião”, explicou a mãe.

A madrinha de um dos meninos, que havia feito o pagamento das camisetas, como forma de presenteá-los, foi quem denunciou a situação nas redes sociais. Ela também esteve no local do desfile, e ao presenciar a diferença entre seu afilhado e o irmão, e os demais alunos, ficou incomodada.

Porém, essa não é a única situação que foi classificada pela mãe e madrinha das crianças como racismo. Conforme relatou à reportagem T.R.S.E., sua filha, de oito anos, já foi vítima de violência, praticada por uma colega dentro da escola, e não foram tomadas providências por parte da instituição. “Minha filha sempre relatava que uma menina, que tinha unhas compridas, a beliscava, arranhava, que judiava dela. Um certo dia ela chegou em casa com uma mecha do cabelo cortada. Foi essa criança que cortou o cabelo da minha filha no banheiro da escola. Depois, fui até a escola e contei o que tinha acontecido à diretora. Ela afirmou que se tratava de uma denúncia grave, porém, depois disso, minha filha apareceu em casa com o lábio cortado. A mesma menina praticamente arrancou um pedaço da boca dela, com as unhas, no banheiro da escola, durante o horário de recreio. Como essa situação me deixou muito nervosa, eu enviei mensagem no grupo da Escola, do qual a diretora também faz parte, e ela não gostou muito, mas eu tive que fazer isso para ser ouvida”, relatou a mãe.

Indignada com a postura da Escola e com a falta de providências, a mãe das crianças e do adolescente afirmou que entrará com pedido de transferência dos filhos, para outra escola do município. Após ouvir os relatos da mãe, a reportagem tentou ouvir representantes da Escola Dalila Ayres, tanto no telefone da instituição, como através do celular da diretora, no entanto, as ligações não foram atendidas.

*Fotos / #FALA CASTRO

Redação Página 1

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