Greve do transporte coletivo não tem previsão para acabar

Greve do transporte coletivo não tem previsão para acabar

Luana Dias

A greve dos trabalhadores da empresa de transporte coletivo de Castro, Viação Cidade de Castro (VCC), completa uma semana na segunda-feira (29), e segundo o que apurou a reportagem, não tem previsão para acabar. Na quinta-feira (25), foram ouvidos o Sindicato da categoria e a empresa, para que pudessem explicar se houve avanço nas negociações.

Por meio da assessoria, o Sindicato dos Motoristas, Cobradores e Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos em Veículos Rodoviários de Passageiros Urbanos, Municipais, Metropolitanos, Intermunicipais, Interestaduais, Internacionais e de Fretamento de Ponta Grossa e Região (Sintropas-PG), explicou que não havia sido procurado nem pela empresa e nem pela prefeitura para tentativas de negociação, e que assim, a greve continua por tempo indeterminado.

Já o advogado da VCC, Marcos Müller Cwiertnia disse à reportagem que a prefeitura recebeu o proprietário da empresa para que pudessem tratar do assunto, e que o mesmo teria apresentado documentos que provam que existe um desiquilíbrio contratual, e protocolado um pedido de repactuação de contrato e de deferimento de subsídio. A empresa estaria agora, aguardando resposta da prefeitura de Castro.

Conforme explicou o advogado, esse desiquilíbrio contratual é justamente o responsável pelos parcelamentos de pagamento de salário, e pelo descumprimento de acordos feitos entre a empresa e os funcionários, que teriam resultado na insatisfação que provocou a greve dos trabalhadores.

“A empresa vem tendo dificuldade na atividade porque tudo mudou, contribuindo para que o número de passageiros diminuísse muito de alguns anos para cá, só entre o ano passado e este, desde o início da pandemia, reduziu em 60% o número de passageiros da VCC. E essa é uma realidade de muitas as cidades, porém, nas outras cidades o sistema é deficitário, mas tem auxílio do poder público, ou é inteiro gerido pelo poder público. Aqui não se tem subsídio nenhum, depende exclusivamente do valor da tarifa, que foi definido no contrato e que prevê vários gastos, como diesel, pneus, salário dos funcionários, depreciação, entre outros, acaba que a conta não fecha e que a empresa vem tendo que injetar dinheiro para manter a atividade, para poder cumprir o contrato, porque se deixar de prestar o serviço terá que pagar multas, e a população será ainda mais prejudicada”, destacou.

De acordo com Müller, antes de a atual greve ser deflagrada a empresa enviou vários pedidos de ajuda à prefeitura do município, no entanto, não obteve resposta. A VCC também teria encaminhado sugestões de alteração de rota, por exemplo, que tornariam a atividade mais viável, mas não foram acatadas. O advogado afirmou ainda que tendo chegado no nível em que chegou, o que a empresa chamou de desiquilíbrio contratual, fica insustentável manter a atividade para a empresa.

Tarifa técnica
Segundo explicou o advogado da empresa, a tarifa paga pelos usuários do ônibus hoje é de R$ 3,40. Se fossem considerados os custos da empresa para manutenção da atividade, esse valor seria de cerca de R$ 6, isso se fosse mantido pelo menos o mesmo número de passageiros que hoje faz uso do transporte coletivo no município.

Foto: Divulgação

Redação Página 1

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