Em um ano em ‘stand-by’, Observatório de Castro ainda não tem equipe para retomar atividades

Em um ano em ‘stand-by’, Observatório de Castro ainda não tem equipe para retomar atividades

Luana Dias

Neste mês de janeiro faz um ano que o Observatório de Castro paralisou atividades, devido à falta de indicação de nomes, pelas entidades de classe, para completar a chapa da diretoria, ou para formação de nova chapa que pudesse dar continuidade as atividades. O atual presidente da instituição, Francisco Delmar Kotelinski, falou com a reportagem sobre a ausência de fiscalização das atividades dos órgãos públicos por parte do Observatório durante esse período, e afirmou que embora o Observatório esteja parado, ele, enquanto cidadão e como presidente, continua a acompanhar e a identificar irregularidades na gestão pública do município. Segundo o entrevistado também, o estatuto do Observatório está sendo adequado, para que o poder de tomada de decisões saia das mãos do Conselho de Entidades e passe para cidadãos, que possam dar continuidade ao projeto.

Francisco Delmar Kotelinski, atual presidente do Observatório

Segundo Kotelinski, a mudança se tornou uma necessidade, já que foram feitos vários pedidos junto às entidades de Castro, de indicação de nomes para composição da chapa, e não houve resposta. “Foram feitos vários ofícios, foi conversado com os representantes, mas não teve retorno, nem com a indicação de nomes, e tão pouco o Conselho quis indicar uma chapa. As entidades de classe querem ver o plano de trabalho, mas o plano de trabalho é fiscalizar a gestão pública, é mexer na ferida, e mostrar as irregularidades que existem”, destacou.

O presidente do Observatório explicou que ao longo desses 12 meses ele identificou anormalidades na gestão executiva do município, e indícios de crime de responsabilidade fiscal, por exemplo, e disse que aguarda a retomada das atividades para apresentar formalmente tais indícios. “O momento oportuno vai ser quando a atual gestão sair do poder, e um dia deve entrar uma gestão de oposição, pode ser daqui a quatro ou dez anos, aí será aberta a caixa preta da prefeitura”, salientou.

Kotelinski acredita, no entanto, que a retomada de atividades no Observatório não vai ocorrer tão facilmente. Segundo ele, a atuação da instituição foi justamente um dos motivos pelos quais a entidade deixou de ter apoiadores, inclusive financeiros. “Ao longo desse ano as organizações não demonstraram interesse na continuidade. Chegou a acontecer uma reunião, ficou de ser feito algo, mas não houve mais procura. Na realidade as pessoas estão com medo, e eu digo isso porque vi que quando o Observatório começou a atuar de forma mais contundente, mais enfática, cobrando as autoridades políticas, passou a haver certo receio. A partir do momento que o Observatório começou realmente a fazer o que tinha que ser feito, começou uma debandada dos apoiadores no sentido financeiro, resumindo, Castro está com medo dos políticos, mas eu gostaria que os empresários e cidadãos em geral voltassem a acreditar no Observatório e que não tenham medo da prefeitura, até porque se você não tem nada a temer, não deve ter medo da prefeitura”, destacou, citando ainda a pandemia, como sendo outro fator que também travou a busca de apoiadores para que o projeto do Observatório seguisse.

A reportagem tentou contato com alguns representantes do Conselho de Entidades de Castro, para saber se há interesse no retorno das atividades da instituição, e para saber como eles se posicionam em relação a ausência das fiscalizações e debates promovidos pelo Observatório, no entanto, não houve retorno.

Irregularidades

Segundo Francisco Delmar Kotelinski, ao se dedicar à observação da gestão pública municipal, ele, enquanto presidente do Observatório, identificou irregularidades como aditivo contratual, feito ao Serviço de Acolhimento São Vicente de Paulo em ano eleitoral, e renúncia fiscal indevida, no caso da ausência de atividades das servidoras responsáveis pela cobrança na área de estacionamento regulamentado do município, ao longo do mês de janeiro. Além disso, segundo o presidente do Observatório de Castro, a prefeitura do município vem fazendo diversos pagamentos a fornecedores de materiais, com nota fiscal de mão de obra. “Mesmo que o Observatório não esteja trabalhando, o passado das atividades legislativas não tem como esconder”, finalizou.

Formação

A paralisação das atividades no Observatório ocorreu no ano passado porque três integrantes da equipe deixaram de atuar junto a entidade, e, segundo o atual estatuto, ela deve ter os nomes de sua equipe indicados pelo Conselho de Entidades de Castro (órgão composto por entidades como Lions Clube, Rotary Clube, Loja Maçônica, Emater e Associação Comercial e Empresarial), assim como, só pode atuar se estiver com a diretoria completa.

Redação Página 1

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