Em Castro, candidato do concurso Agente Comunitário de Saúde reclama de irregularidades
Matheus de Lara
Denúncias de flagrantes de irregularidades nas provas do concurso para Agente Comunitário de Saúde (ACS), promovido pela Secretaria Municipal de Saúde no domingo (29), chegou a conhecimento do Página Um News através de um candidato que criticou a falta de fiscalização por parte dos aplicadores das provas. Segundo o candidato, que não quer ser identificado, algumas situações foram flagradas dentro da sua sala, no primeiro andar do Colégio Cavanis.
Ele denuncia que outro candidato permaneceu com um relógio estilo smartwatch durante a prova, o que na regra é proibido em realizações de concursos públicos. O candidato em questão, que aparentava ter 50 anos, ainda teria esquecido os documentos no carro e autorizado a buscá-lo. “Eles o liberaram, parece que foi no carro e na volta trouxe uma carteira de trabalho. Eu, na verdade, não queria entrar em ação e briga na hora, porque estamos concentrados. Enquanto ele entregou o documento, ele guardou o celular no pacote preto, e não sei se ela observou se ele ligou ou desligou”, explica.
O denunciante conta que “enquanto a prova foi passada, a fiscal disse que todo mundo que tivesse com aparelho eletrônico não poderia utilizá-lo durante a prova, mas ele nem se pronunciou e ficou na dele e eu fiquei olhando, enquanto eu estava na fileira ao lado. Foi realizado a prova, todos estavam concentrados, e quando eu comecei a passar no gabarito, ele já tinha terminado. Ele pegou, se levantou, entregou e foi embora”.
Outro flagrante teria sido a comunicação entre candidatas enquanto a fiscal pegava assinaturas. “Quando a fiscal passava para pegar as assinaturas dos participantes para deixar o local, uma menina passou a cola para outra, igual acontece em escola, e saíram tranquilamente. Para a fiscal, falei que eu observei a situação, deixei passar para ver se ela olhava, mas acredito que não. A prova era entregue em mãos. Eu não gostei disso, porque é falta de respeito com quem estudou e estava levando a sério”, argumenta.
Para o candidato, a fiscal disse que para averiguar as situações é chamado o delegado de prova. “Não chegou para mim, e infelizmente ela iria verificar pelas câmeras. As pessoas que colaram estavam nas primeiras carteiras do lado da porta, já o rapaz com o relógio smartwatch estava na terceira fileira, quarta ou quinta carteira, e as amigas uma loira e morena. Na verdade, parece que são conhecidas da fiscal”, denuncia.
Resposta
A reportagem procurou a secretária municipal de Saúde, Maria Lidia Kravutschke, para saber se houve registros destas denúncias. Ela afirmou que as provas ocorreram normalmente e que nenhuma denúncia desse gênero chegou até eles, já que não é a prefeitura que está fazendo o concurso e sim uma empresa contratada. Sobre as situações apontadas pelo denunciante, a secretaria espera que seja averiguada e apurada, e que o denunciante oficialize as irregularidades.
“Ele deveria ter realizado na hora a denúncia. O concurso é terceirizado, só que é um assunto delicado se não tem provas. O correto é a pessoa fazer a denúncia, e o mais correto era levantar na hora, se estavam passando cola, e falar no mesmo instante”, disse Maria Lídia.
Mesmo que o denunciante tenha realizado as reclamações para a fiscal, a secretária argumenta que “tinha que ter feito o B.O na hora e depois é difícil provar isso, mas enfim, tem uma empresa que cuida disso”, conclui.
Concurso
Conforme edital, serão 15 vagas preenchidas, além da formação de cadastro reserva, em áreas de atuação ofertadas, para as Unidades Básica de Saúde (UBS) Libanio Cardoso (Alvorada); Herondina Grimbor (Cantagalo); São Miguel; Santa Cruz; Domingos Faustino de Carvalho (Bela Vista); Marcos Simão (Prado); Vila Rio Branco e Bom Jesus.
A prova que foi realizada no período da manhã, era objetiva com duração de três horas, e contava com 40 questões divididas entre língua portuguesa, raciocínio lógico, informática, conhecimentos gerais e atualidades e de conhecimentos específicos.
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