Cemitério do Socavão passa mais um ano abandonado
Luana Dias
Na próxima terça-feira (2) é celebrado mais um dia de Finados. As semanas que antecedem a data costumam movimentar familiares de pessoas que estão sepultadas nos cemitérios do município, para a limpeza, arrumação e ornamentação dos túmulos. O esforço, no entanto, não muda a aparência destes lugares, que habitualmente fica aquém do respeito que as pessoas, cujos corpos foram guardados ali, de fato merecem.
Nesta matéria, o foco é o cemitério municipal do Distrito do Socavão que inclusive, já foi alvo de outras edições e de muitas reclamações de munícipes, inconformados com a má conservação do local, que chama a atenção de quem o visita.
A reportagem esteve no local essa semana, e fez registros de um bem de interesse público, que aparenta estar abandonado pelo poder público. A entrada do cemitério acumula materiais de construção, paletes e lixo, inclusive retirados dos túmulos, não há acondicionamento para os resíduos, que estão em contato com o solo, e mantêm água parada.
A capela que fica dentro do cemitério, onde deveriam ocorrer orações e momentos de reflexão, é simplesmente imunda, tem lixo acumulado, e não há manutenção nas paredes, no teto e no chão. Na porta inclusive, falta vidro. Já a capela que fica ao lado de fora, por um longo período foi usada como depósito de material de construção, e atualmente guarda apenas alguns restos de outros materiais e lixo. Faltam vidros, uma das portas, e igualmente não há manutenção.
Embora a manutenção dos jazigos seja de responsabilidades das famílias, os diversos túmulos quebrados e a falta de conservação, também deixa claro que não há fiscalização recorrente. Além disso, o local está superlotado há algum tempo, o que provoca situações como o sepultamento de mais uma pessoa no mesmo espaço. Ao lado do cemitério existe um espaço, que há anos foi adquirido pela administração municipal, para a construção de novos túmulos, porém, sem projeto e sem orientações do órgão responsável, o terreno permanece vazio.
Uma moradora ouvida pela reportagem afirmou que essa é a aparência do cemitério há vários anos, e que a população vem pedindo providências ao poder público, porque está preocupada com questões de saúde pública, e porque é extremamente desconfortável visitar jazigos de seus entes queridos em um lugar tão feio e malconservado. A reportagem também tentou conversar com profissionais da Secretaria Municipal de Gestão Pública, apontada como a responsável pelo setor, porém, não houve atendimento.
Fotos: Luana Dias
