Tragédia familiar ocorrida em Castro na tarde desta quinta-feira (22), quando um pai tirou a vida do próprio filho com uma arma de fogo, traz à tona mais uma vez a já acaloradas discussões nas redes sociais sobre o fato de o presidente desejar flexibilizar o comércio, e consequentemente, o porte de armas no país. Um Brasil onde se investe pouco em educação e onde ainda existem gigantescos índices de desigualdade social, a população não está preparada para se armar mais. Ainda não estão estancadas questões sociais muito básicas, como a falta de saneamento e água tratada, grande parte das crianças e adolescentes em idade escolar ainda estão fora da escola, e centenas de pessoas, mesmo que não existisse uma pandemia, ainda morreriam por falta de insumos e recursos na saúde pública. E, sabe-se, ainda estamos muito longe de termos esses problemas resolvidos. Ou seja, primeiro – há uma discrepância de prioridades, e segundo – não há dúvida de que uma população mais armada, e que vive em um universo de desigualdades, poderá sim, ser mais violenta. Assim sendo, infelizmente, casos como o que foi registrado em Castro, podem sim se multiplicar, além disso, a violência contra a mulher certamente encontraria solo fértil, numa sociedade machista e patriarcal, onde também não há efetivo de segurança pública suficiente para coibir os chutes e pontapés que já as ameaçam na vida cotidianamente.