De acordo com dados oficiais, só durante os três primeiros meses deste ano foram registradas 1.072 casos de abuso sexual no Paraná. Isso significa que todos os dias 12 crianças e/ou adolescentes são vítimas de abuso e exploração sexual no Estado. Só em Castro, entre janeiro e maio deste ano já tinham sido registrados 16 casos de abuso, aliciamento, assédio sexual ou estupro de crianças e adolescentes. E o maior número de casos é de abuso sexual por membros do círculo de relações sociais e de amizade, e de abuso sexual por pessoas da família. Profissionais que trabalham diretamente com essa realidade, no entanto, afirmam que os números reais são significativamente maiores, porque muitos casos acabam ficando sem denúncia e não entram para os registros. Estes dados mostram o quão próximo de nós a infância e a adolescência de nossos pequenos estão sendo roubadas, e revelam algo que já é do conhecimento de todos, mas que ainda permanece um tabu. Além de denunciar e de lutar por justiça em casos de violação dos direitos da criança e do adolescente, também é necessário orientar este público, para que relatem a pessoas de sua confiança, quando qualquer ação anormal for percebida. Neste caso, também é necessário desmistificar a ‘educação sexual’, ensinando pais e responsáveis, que orientação não significa ensinar os filhos a praticarem sexo, mas sim, a identificarem quando a atitude de um estranho, ou mesmo de alguém de sua convivência é errada, e que ela precisa ser relatada.