Turismo, viagens e pandemia

Turismo, viagens e pandemia

Cleucimara Santiago

O Brasil e o mundo este ano foram surpreendidos por uma pandemia. Em nosso país, as medidas restritivas começaram em março com orientações de isolamento social, evitar aglomerações, uso de máscaras, álcool gel, suspenção das aulas presenciais e fechamento de comércio, tudo para coibir o avanço da Covid-19. Houve um aumento da taxa de desemprego, a economia estagnou, e os setores atingidos foram principalmente o de eventos e de turismo.

Com mudança radical no estilo de vida, o brasileiro precisou se reinventar, usar a criatividade para fugir da crise, para muitos a situação acaba trazendo transtornos também à saúde mental, como ansiedade, depressão e uma vontade enorme de sair por aí.

Na mesma semana em que o Paraná decreta toque de recolher, a Rússia liberou por lá o primeiro lote de vacinas da Sputinik V, e foi anunciada a previsão de início de produção no Paraná em fevereiro de 2021.

Com previsões otimistas da medicina e das pesquisas que avançam em busca de aprovações de várias vacinas, aos poucos, os setores retornam às atividades, mesmo com restrições.

Após meses de isolamento, presos em casas, viajar tem sido a grande dúvida e uma necessidade dos brasileiros, seja uma viagem a trabalho, estudo, lazer, visitar familiares, ou apenas para aliviar o estresse, principalmente em época de férias, verão e festividades de final de ano.

Evidência

Há 24 no mercado, Paulo Stachowiak, da Evidência Turismo em Ponta Grossa, conta que a equipe está trabalhando em home-office, e que o movimento da agência caiu drasticamente. Ele conta ainda que para quem trabalha com turismo internacional, com fronteiras fechadas, ficou mais complicado e com muitas remarcações e pedidos de reembolsos.

Segundo, ele, a retomada tem sido lenta e com uma procura grande por destinos nacionais, como, nordeste, centro-oeste, Pantanal, Serra do Rio do Rastro – SC, serra gaúcha, até mesmo com um crescimento no turismo regional, com solicitações por hotéis fazenda e de pessoas que desejam viajar com o próprio carro.  

Paulo ressalta que as idas e vindas do Covid tem deixado as pessoas inseguras, mas com os protocolos de segurança e hotéis atendendo em uma ocupação menor, a rede hoteleira para o final de ano e janeiro está tomada. A agencia dispõe ainda de pacotes para Cancun – México, que está com a fronteira aberta para brasileiros, e tem apresentado um bom movimento.  Ainda, segundo Stachowiak. “O transporte aéreo é muito seguro e não tem constatação nenhuma de perigo de contaminação por covid e todas as empresas tem protocolos de segurança”.

Avant

Christine Diedrichs, da  Avant Viagens e Turismo, agencia que está no mercado desde 1982,  também compactua da mesma opinião.  “O turismo foi um dos setores mais afetados pela COVID 19 em todo mundo. No Brasil, o setor acumula muitas perdas, porém essas perdas poderiam ter sido ainda piores se o Governo Federal não tivesse agido de forma rápida para diminuir os impactos da pandemia, com as Medidas Provisórias, que tratam do cancelamento de serviços, reservas e eventos, garantindo assim; a sobrevivência do setor durante a pandemia. As medidas provisórias definiram as regras para os reembolsos e créditos dos consumidores sem qualquer custo adicional, taxa ou multa. O fechamento das fronteiras afetou 100% o turismo internacional (cruzeiros, hotelaria, aéreos, pacotes). O que manteve o nosso setor foram as viagens corporativas nacionais, com a busca por carros para viagens curtas e de longas distâncias. Muitos passageiros foram obrigados a substituir o aéreo pela locação de veículos; devido a redução da malha aérea. Esse está sendo o novo normal, adotado pelas empresas e passageiros no momento”.

Conforme, Christine,  a bola da vez é o Brasil, “as viagens nacionais a lazer estão sendo favorecidas e os especialistas preveem a continuidade em 2021. Os resorts estão com muita força nesse cenário de pandemia, mas existe uma demanda muito grande para o turismo regional de natureza, regiões próximas, que permitam viagens de carro, com atividades de lazer em ambientes abertos e contato com a natureza”.

Na Avant, os destinos nacionais mais buscados durante a pandemia, tem sido Rio de Janeiro e Região dos Lagos – Búzios, Arraial, e estradas cênicas da região serrana de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, resorts no Nordeste, a agencia está trabalhando ainda com destinos internacionais, como México e Dubai. Crhis indica ainda vários destinos regionais no Paraná: “os hotéis fazenda da região, Parque Estadual de Vila Velha, Buraco do Padre, Prudentópolis com suas cascatas, cânions e mirantes com vistas esplêndidas, Foz do Iguaçu, Parque Estadual do Guartelá, Rafting em Tibagi, Parque Estadual Pico do Marumbi, os cânions exuberantes, cachoeiras”.

Para quem vai viajar, a dica de Christine é “na hora de viajar, fique de olho nos protocolos de segurança, consulte sempre se o meio de hospedagem, agência de turismo, transportadoras turísticas, parques temáticos, guias de turismo, locadoras de veículos ou empreendimentos de apoio ao turismo que possuem o Selo Turismo Responsável. O objetivo da iniciativa é fazer com que as pessoas consigam identificar estabelecimentos que possuam boas práticas sanitárias e se sintam seguras para viajar pelo país”.

Caminhos da terra

Maria Claudia Rolim de Moura Schultz, da agencia de Turismo Caminhos da Terra, em Castro, conta que os primeiros meses de início da pandemia, principalmente abril, maio e junho foram muito complicados, mas que agora o movimento está retornando. “Está me surpreendendo, em função de todos esses meses, as pessoas sem poderem sair de casa, agora partir de outubro, assim deu uma alavancada, bem substancial. Estou gostando do resultado dessa retomada. Mas, obviamente sempre procurando hotéis que seguem os protocolos de segurança, sempre viajando com máscaras, a tendência é essa tanto para férias, tanto para o final de ano, mas o pessoal não está deixando de viajar, não”.

Claudia conta ainda que está trabalhando com roteiros personalizados e desde agosto, setembro já começaram a vender os pacotes para o final do ano. O destino mais procurado é sempre o Brasil, nordeste, centro-oeste, sul. “Para fora do Brasil ainda não há possibilidade, são poucos os países que estão aceitando os brasileiros, como Buenos Aires, mas há uma série de exigências, como a obrigatoriedade do teste PCR, as viagens estão sendo feitas no Brasil mesmo”.

Para quem quer viajar no final do ano, Claudia ressalta que é importante procurar empresas que cumprem os protocolos de segurança e compromisso com a recuperação do Turismo. “Todos as grandes redes hoteleiras também passaram por um processo que é complicado e agora estão se reestruturando, mas vai de cada. Não é porque vai viajar é que vai deixar de se cuidar. Se cuidar nos hotéis, na rua, nos aeroportos. Cada um fazendo a sua parte as coisas funcionam”.

Cuidados

Além dos cuidados básicos recomendados pela OMS, que é de sempre usar máscara, lavar aos mãos com agua e sabão e o uso de álcool gel, para quem vai viajar é importante também procurar manter o distanciamento mínimo, evitar as áreas comuns dos hotéis, usar luvas e máscaras para se servir no buffet e se possível pedir as refeições no quarto, evitar tocar em objetos expostos, lavar as mãos sempre que usar o elevador ou tocar em maçanetas. Não há necessidade de levar toalhas ou lençóis para os hotéis, pois os mesmos são higienizados. Devido aos protocolos de segurança adotados pelos hotéis e companhias aéreas o risco dentro dos quartos ou aeronaves é muito pequeno.

Redação Página 1

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