Último carnaval de rua em Castro foi realizado no ano 2.000

Último carnaval de rua em Castro foi realizado no ano 2.000

Cleucimara Santiago

O Carnaval é uma festa tradicional que chegou ao Brasil através das festas que aconteciam na Europa, especialmente na Itália e na França, no século XVII.
No início, os festejos aconteciam nas ruas, com desfiles de fantasias, mais tarde passaram a acontecer nos clubes, com bandas tocando as marchas, os sambas e os frevos preparados para os dias de momo.
No Brasil, a festa reúne cultura, turismo, alegria, diversão e o jeito espontâneo de ser dos brasileiros, que usam sempre muita criatividade para contar uma história, realizar homenagens através dos blocos e fantasias. Devido a pandemia causada pelo novo Coronavírus, este ano os festejos foram cancelados, mais uma vez, em muitas cidades do país que são referência em carnaval.

Escolas de samba são destaques no Rio de Janeiro, São Paulo, trios elétricos na Bahia. Recife- PE é conhecida pelo Galo da Madrugada, Olinda-Pe pelos bonecos gigantes e no Paraná algumas cidades se destacam como o litoral paranaense, Antonina, Morretes e Tibagi, nós Campos Gerais. Ponta Grossa é outra cidade que também sempre realizou desfiles de Carnaval. Em Castro, houve uma tentativa desse resgate no ano 2000, é o que nos conta o empresário Izidro Guedes.

“O último carnaval que eu fiz que foi o pré-carnaval em janeiro de 2000, depois o Carnaval na data (início de março de 2000). Foi o último ano que eu mexi com carnaval em Castro, portanto já vai para 22 anos que eu me afastei. Eu tenho uma visão muito profunda sobre carnaval e sei dos benefícios que o carnaval traz para a cidade. Tem pessoas que não gostam, mas a cidade ganha sempre com isso, mas, infelizmente a classe política não quis fazer mais carnaval. A população pede, mas não acontece”, declara Guedes.

Ele afirma, ainda, que o carnaval não é uma festa barata, mas também não é cara, se for analisar bem “tem que se fazer pensando como nós pensávamos lá atrás. Eu dirigi o carnaval de Castro muitas vezes, participei de várias comissões. Em 2010 publicamos um vídeo (do carnaval de 2000) para o povo conhecer como é que foi o último carnaval que eu dirigi. Depois eu vi algumas tentativas de retorno, de outras pessoas, mas carnaval não é só folia. Atrás do carnaval tem muito trabalho, tem muito pensamento em termos de economia, na área de alimentação, na área de hotelaria, enfim, na própria área de diversão. Uma diversão barata para o povo que vai assistir”.

Guedes afirma, ainda, que se avaliar o custo da diversão pelo número de pessoas da comunidade, a per capita deve ficar em torno de 50 centavos a 1 real, e que a festa movimenta o comércio, o turismo e vários setores.
“Eu tentei movimentar alguma coisa um tempo, mas aquele pessoal que eu conhecia, o pessoal que era do carnaval mesmo, que gostava disso, nós perdemos todos. E, depois, hoje há o medo das drogas por parte dos atuais mandatários dos municípios. A segurança, hoje a gente não sabe como seria. Eu nunca tive um problema com o carnaval dos muitos mais de 15 ou 20 que participei nesses 54 anos que eu estou aqui [Castro], agora hoje eu não sei mais”, descreve o empresário.

Guedes ressalta, ainda, que muita coisa mudou, que não tem conhecimento mais das escolas de samba. “Eu não conheço mais ninguém de carnaval, a única pessoa que eu conheço do Carnaval é o Toninho que é cabeleireiro. Toninho conhece bem de carnaval, tocou alguns carnavais com a escola de samba dele, sabe da dificuldade que é”, continuou Guedes. O empresário nos enviou o vídeo com o pré-carnaval do ano 2000, que você pode conferir clicando no link ( https://www.youtube.com/watch?v=gFpKI-yBcWs ). Guedes confessa que devido a idade e a pandemia, se afastou um pouco da comunidade, recusou alguns convites para trabalhar fora do município de Castro e tem preferido ficar mais em casa e cuidar dos próprios negócios.

Redação Página 1

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