Tratamento odontológico que deu errado vira caso de Justiça e condenação de mais de R$50 mil por danos morais

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Da Assessoria*

Ponta Grossa- Uma das mais famosas franquias de odontologia, qual terá seu nome preservado por questões éticas, foi condenada a pagar mais de R$50 mil a uma paciente, que teve problemas clínicos ao ser submetida a procedimento dentário. A empresa ainda pode oferecer contestação no prazo de 15 dias.

O caso ocorreu em 30 de outubro de 2012. A autora da ação, seduzida pela propaganda veiculada através de publicidade televisiva e acreditando nos benefícios, decidiu procurar para maiores informações sobre o implante definitivo de prótese dentária, e seus custos que segundo a publicidade eram baixos e
parcelados em pequenos valores. De acordo com o que consta no Diário Oficial de Justiça, ela foi atendida por funcionária que apresentou à autora as informações necessárias para obtenção das próteses
dentárias superior e inferior, ou dentaduras, denominadas pela funcionária, como módulo superior e inferior.

“Tais próteses eram perfeitas, com os dentes bem alinhados, brancos, em dentição perfeita, o que refletia e muito o sonho da autora para sua dentição linda e perfeita, e mais que seria implantada na boca da
vítima através do implante de cinco pinos que sustentariam o implante e com a garantia de satisfação ou a devolução do dinheiro pago”, explica o texto.

Após a avaliação foram apresentados valores altos à ela que, ante suas dificuldades financeiras, optou pelo implante fixo do módulo prótese, ou dentadura inferior da boca ser fixa, permanecendo móvel a superior. Após atendimento e avaliação o profissional dentista, ainda explicou a autora da ação de como se daria estes procedimentos, que seriam implantados na boca dela, mais especificamente na parte inferior. Mas, para tanto deveria se submeter a uma pequena cirurgia indolor com anestesia e após seis meses, retornaria à clinica para sob os cuidados do mesmo médico, implante de prótese provisória e depois de curto tempo, com a total calcificação dos pinos, a colocação da definitiva. Para tal, ela teria que desembolsar cerca de R$18 mil àquela época, para ter o sorriso perfeito, mas, caso tivesse insatisfação, ela teria seu dinheiro integralmente devolvido. Após realizar empréstimo, a vítima foi apresentada para assinatura um contrato já preenchido, do qual não teve acesso sobre o que nele constava eis que apenas assinou sem poder ler, e cujo contrato não foi dado cópias à autora.

Acontece que, ao retornar, as próteses oferecidas à ela não eram as apresentadas quando da avaliação inicial, sendo amareladas e de qualidade inferior a pretendida e contratada por esta, ainda torta que não encaixava em sua boca, além de machucar e ocasionar feridas na boca dela, ocasionando fortes
dores. De acordo com o texto do judiciário, “não satisfeita, a autora protestou e solicitou que lhe fosse oferecida a prótese apresentada quando das consultas iniciais e da assinatura do Contrato, quando foi lhe dito pelo profissional dentista que aquelas eram provisórias e que logo estaria com as definitivas, fixa e móvel, após implante dos cinco pinos como oferecido à autora”, explica.

Cinco meses depois, após muito sofrimento e dor no procedimento, de implantação dos pinos,
com muitas agulhadas de anestesia, inclusive na língua da paciente, apenas três pinos fixadores foram implantados na parte inferior da boca desta. “Sofrimento e dores diferente de outras pessoas que
passaram pelo mesmo procedimento, conforme informaram a autora, inclusive a própria funcionária da requerida que atendeu a autora”, descreve parte do texto.

O procedimento cirúrgico realizado pelo dentista infeccionou, obrigando ela a grandes gastos com medicamento, e que foram rejeitados e expelidos pela boca da Autora, os três e convalescendo por meses. Após cicatrização, e, passados aproximadamente, cinco meses, como recomendado, ela retornou a sede para nova avaliação e submeter-se a nova cirurgia para implante de cinco pinos em sua arcada inferior, e que novamente ocasionou fortes dores e sofrimento à ela. Para a Justiça, “esta cirurgia, teve o dentista que contou com a colaboração de nova auxiliar, totalmente, despreparada que durante o procedimento devido a grande evasão de sangue da boca da paciente, com o procedimento, veio a desmaiar o que causou alvoroço e abandono da cirurgia pelo Profissional para atendimento à
auxiliar.

Após esta intervenção cirúrgica e colocação dos cinco pinos, a autora passou mais de seis meses para calcificar e para ver se haveria ou não nova rejeição. Desconfiada do serviço contratado já que teve problemas quando da primeira intervenção, ela foi até uma clinica radiológica, a fim de proceder- se a Raio X Panorâmico da boca para verificar os pinos e a integridade dos ossos bucais após a colocação dos pinos. Ao verificar que havia um dos pinos torto, a ela foi até a clínica e mostrou o pino torto, quando o dentista disse que estava tudo normal. Após os seis meses indicados pelo profissional, a autora retornou ao consultório, certa de que finalmente o procedimento seria concluído com a fixação da prótese dentária inferior e a superior móvel, porém, ocasião que foi informada que este profissional
não mais trabalhava para a clínica e que seu tratamento seria concluído por outra profissional o que foi feito, passando, a autora, por nova consulta de avaliação e molde para novas próteses.

Porém, da mesma maneira que ocorreu com a primeira prótese, esta também, estava torta, de impossível mastigação, ocasionando dores a feridas na boca da dela, e com a mordida irregular o que impedia regular consumo de alimentos com a correta mastigação, e com a quebra da prótese inferior provisória que seria implantada. Ao retornar a nova consulta, ela apresentou a parte inferior quebrada e devido a dificuldade de mordedura, a dentista lixou a parte superior, dizendo que estava ótima, e que estas também eram provisórias, e que estava sendo confeccionada a ‘oficial’ ou fixa.

Já em outubro de 2014, a dentista procedeu a fixação da prótese ou módulo inferior fixo na boca dela e entrega da superior móvel, porém novamente tortas, passando a paciente a “sentir fortes dores, mordida na bochecha, e grade dificuldade no consumo de alimentos já que a mordedura era irregular, até mesmo para escovação dos dentes”, justifica o texto. Mesmo sendo marcadas novas consultas, esta não atendeu a autora, como o fez em outras vezes, que mesmo com horário marcado com a profissional dentista teve sua consulta postergada devido a ‘complexidade do tratamento’, conforme alegava ou mandava a atendente ou secretária avisar.

A qualidade das próteses também era inferiores ao apresentado e contratado à ela, tanto que a superior
móvel apresentava remendos e os dentes colocados a poucos milímetros fixados na dentadura superior móvel, que usados por pouco mais de uma semana soltou dois dentes, impossibilitando seu uso por ela, que passou a usar o que utilizava antes, por mais de trinta anos.

O valor da causa a ser paga é de R$ 58.050 à vítima, após confirmação em perícia médica.

*TJPR / Redação

Imagem: Agência Brasil

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