Doutora Elisângela e doutoranda Celina falam da vacina contra a Covid-19 e dos cuidados

Doutora Elisângela e doutoranda Celina falam da vacina contra a Covid-19 e dos cuidados

Cleucimara Santiago

Na busca incessante por informações geradas pela pandemia, circulação de novas variantes do coronavírus e vacinação contra a Covid-19, o Página Um News conversou com uma doutora e uma doutoranda, sobre os cuidados a serem tomados, até mesmo após a vacinação. Vacinados podem ser infectados com a Covid? As vacinas são eficazes contra as novas variantes? Pessoas vacinadas devem continuar usando máscaras e seguindo os protocolos de medidas sanitárias? Vacinados, se infectados, podem transmitir a Covid-19 para pessoas próximas? Essas e outras perguntas foram algumas das perguntas respondidas pela doutora em Ciências Farmacêuticas, Elisangela Gueiber Montes, professora dos cursos de Medicina e Farmácia da Universidade de Ponta Grossa, com experiência na área de Microbiologia e Imunologia, e a doutoranda Celina Angélica Mattos Machado, enfermeira da área de transplante de medula óssea do Complexo Hospital de Clínicas da UFPR (Universidade Federal do Paraná), em Curitiba.

A doutora Elisângela afirma que as pessoas que receberem a vacina ainda têm a possibilidade de se infectarem com a Covid, ainda que esta possibilidade seja muito menor. A diferença é que neste caso, as chances de evoluir para as formas graves da doença são muito pequenas ou quase nulas. No entanto é importante salientar que a imunidade total ou parcial só acontece após período de 14 a 21 dias, e depois de receber a segunda dose da vacina.

Sobre o fato de uma pessoa vacinada, poder transmitir a doença, a doutora faz um alerta, embora não existam estudos conclusivos sobre a transmissão da doença por quem já está imunizado. Mesmo que não desenvolva a doença, é possível que o indivíduo ainda assim possa continuar disseminando a doença, pois, apesar de não ficar doente, o vírus pode permanecer na mucosa nasal do indivíduo e a partir desse momento contaminar outras pessoas. Nas situações em que o indivíduo desenvolve a forma leve da doença, o risco de transmissão permanece, podendo vir a infectar várias outras pessoas.

Elisangela afirma que uma pessoa contaminada por alguém vacinado pode vir a desenvolver a forma grave da doença e precisar de um leito de UTI, e, descreve, que no momento atual da pandemia, onde há escassez de leitos hospitalares, isso pode ser até uma sentença de morte, dependendo da gravidade da doença e do tempo que levará até conseguir uma vaga.

Com as novas variantes circulando na região, surge dúvidas sobre a eficácia da vacina e a doutora Elisangela responde que, as empresas farmacêuticas que desenvolveram as vacinas utilizadas em vários países, estão fazendo testes para avaliar a eficácia de seus imunizantes frente às novas variantes.

As vacinas que foram testadas contra as variantes do Reino Unido e da África do Sul, mostraram uma pequena queda de sua ação sobre elas, mas ainda assim continuam sedo eficazes a ponto de combater a forma grave da doença. Em relação a P1, variante brasileira encontrada inicialmente em Manaus, as empresas estão também em processo de testagem para avaliar se existe manutenção ou perda de eficácia, sendo que na última semana as empresas responsáveis pelas duas vacinas em uso no Brasil, apontaram que em resultados preliminares, tanto a Coronavac, quanto a vacina da AstraZeneca mostraram-se eficazes contra esta variante”. A doutora, afirma, ainda, que há uma sinalização por parte dos fabricantes em desenvolver modificações em suas vacinas em prol das novas variantes, sendo possível que seja necessário nos vacinarmos de tempos em tempos, para garantirmos a imunidade contra elas.

A doutoranda Celina Angélica Mattos Machado, do Complexo Hospital de Clínicas em Curitiba, compartilha da mesma opinião da doutora Elisangela. Celina ressalta a importância de se observar as recomendações com relação à quantidade e intervalo de doses das vacinas administradas em suas etapas. Ela afirma que fabricantes indicam que a primeira dose pode fornecer uma resposta imunológica menos eficaz do que a produzida após a segunda. Com a grande presença do vírus, aliado as dificuldades de se conseguir insumos para produção de novas doses, os problemas logísticos, a enorme demanda, mitos e até pessoas contrárias às vacinas, e a falta de vacinação em massa, os cuidados e dúvidas ainda vão existir por muito tempo. Celina diz que é importante ressaltar que os achados das pesquisas, realizadas até a presente data, podem não dar conta de responder as várias questões como necessidade de doses de reforço, duração da proteção contra doenças, entre outras questões.

O acompanhamento contínuo das pessoas que estão participando dos ensaios clínicos é realizado na tentativa responder a essas dúvidas.
As duas profissionais da saúde são unânimes em ressaltar que os protocolos de segurança devem ser mantidos, como o distanciamento social, evitar aglomerações, uso de máscara, lavagem correta e frequente das mãos e uso de álcool em gel (70%). Medidas fundamentais de prevenção e de propagação da Covid, mesmo para quem já recebeu uma ou duas doses da vacina.

Redação Página 1

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