Desejo por ‘união’ marca primeira sessão do ano da Câmara de Tibagi

Desejo por ‘união’ marca primeira sessão do ano da Câmara de Tibagi

Helcio Kovaleski

Tibagi – A se considerar as falas de grande parte dos vereadores, a primeira sessão ordinária da Câmara Municipal de Tibagi em 2021, realizada na noite da terça-feira (2), foi marcada por um desejo expresso por “união” entre o Legislativo e o Executivo municipais. Nada mal para um ato político que, em linhas gerais, significou um retrato 3×4 deste início de legislatura e de gestão municipal para o quadriênio 2021-2024. Sem contar o fato de que se tratou de uma sessão mais com cara de “solene” do que propriamente ordinária, uma vez que preenchida apenas por pronunciamentos – do prefeito Artur Ricardo Nolte, o Butina (PSC), do vice-prefeito Jorge Cardoso (PTB), e dos nove vereadores.

Presidida pelo vereador José Tibagy de Mello, o Dr Zezito (PSD), o decano dos decanos dos políticos tibagianos, a sessão iniciou com a execução do Hino de Tibagi. Assim que todos se sentaram, Zezito pediu para que o vereador Orlei Costa (Podemos) lesse um versículo do Salmo 82. Em seguida, solicitou que Jorge Cardoso falasse.
Lembrando que o Plenário da Câmara é um “local de entendimento e de desentendimento”, Jorge resumiu o espírito da coisa: “Politicagem chama-se fracasso. Política é igual a progresso”. Dirigindo-se aos secretários municipais, na galeria, advertiu: “sejam bons gestores para serem bons políticos”.

Depois, foi a vez de Butina que começou sua fala nominando cada vereador. Após citar o seu vice, o prefeito disse que “política se faz acompanhado”, mas “politicagem se faz sozinho”. Antes de apresentar cada integrante de seu secretariado, Butina lembrou que “política é a arte de atender a comunidade, o povo”. E contou que, até aquele momento, já havia recebido entre 500 e 600 pedidos de emprego. O mote serviu para anunciar a instalação de um terceiro supermercado na cidade, que deverá gerar entre 70 e 80 empregos. “Vamos investir”, prometeu.

Na sequência, Zezito solicitou à primeira-secretária, Marilene Serenato, a Maninha (MDB), para que verificasse qual o vereador queria falar. Pedido que resultou desnecessário, já que todo mundo acabou falando por insistência do próprio Zezito.

O primeiro a falar foi Gilson Roberto dos Santos Lima (PSC). Lembrando que está em seu segundo mandato, o vereador disse que “todas as secretarias são importantes”. O vice-presidente da Casa, José Enio Antunes (PSC), por sua vez, destacou que “é preciso reestruturar as secretarias”. Orlei Costa disse que “se trabalharmos unidos, no Executivo e no Legislativo, pelo bem da comunidade, com certeza vai dar certo”. Na mesma toada, Antonio Barbosa Quadra, o Tonico (MDB), sentenciou: “vamos trabalhar unidos porque o povo merece”.

Giuliana de Moura Silva, a Juju (MDB), foi pelo mesmo caminho ao falar que é necessário “trabalhar unidos pensando no nosso povo”. Depois, ela pediu “um olhar especial” para o programa municipal de meio ambiente “Recicla Tibagi”, criado durante o segundo governo de seu pai, o ex-prefeito Sinval Silva (MDB, entre 2009 e 2012), com ênfase na geração de empregos. “A partir de hoje, deixamos de lado a campanha eleitoral”, sugeriu. Seu colega sentado à sua esquerda, João Paulo Ribas (DEM), ex-presidente da Casa, ressaltou que “a política precisa ser mais plural e menos singular”.

O próximo a falar foi o segundo-secretário Paulo Cesar Martins, Bugiganga (MDB), que, sem peias, foi logo falando: “Não sou oposição de ninguém. O que o prefeito enviar e for correto, é correto. O que for errado, é errado”. Depois, destacou a necessidade de se priorizar os funcionários do Recicla Tibagi na escala de vacinação contra a Covid-19. Após ser auxiliado pelo advogado Ricardo Luiz Rios Brandão, assessor jurídico da Câmara, o vereador João Paulo lembrou a Martins que o escalonamento de pessoas que irão receber a vacina pode ser feito através de projeto de lei.

Maninha, por seu turno, disse que o Executivo e o Legislativo “são órgãos independentes, mas tem que haver diálogo”. Defendeu a vacinação dos professores, dizendo que não mandará seu filho à escola “se não tiver vacina”, e reforçou o pedido de Martins em relação ao programa ambiental, destacando que tais funcionários são “prioritários” para receber a vacina.

Ao final da fala, Maninha, que também é professora, lembrou que é necessário pagar a hora-atividade aos professores municipais, referente a 2020, citou o “Plano de Mobilidade Rural” e elencou quatro características do município: “Água, energia, rodovia e ferrovia (Santa Maria)”.

Fechando o rol de pronunciamentos da noite, Zezito começou falando da importância da cultura, no contexto da história de Tibagi, lembrou que é preciso incentivar o esporte e contou que um dia antes (segunda-feira, 1º) havia completado 39 anos “de gestão pública”. Após ressaltar que a Câmara de Tibagi conta, atualmente, com cinco servidores e que, portanto, “não é cabide de emprego”, Zezito virou sua cadeira de frente para a de Butina e deu-lhe um conselho que soou mais como exortação: “Seja a pessoa simples que você sempre foi”. Dirigindo-se aos secretários municipais, disse: “Da equipe também depende o sucesso do prefeito”.

A se levar em consideração um pequeno gesto ocorrido durante a fala do vereador Gilson Lima, o futuro político de Tibagi, nos próximos quatro anos, está assegurado. Quando Butina desrosqueou a tampa de uma garrafa para colocar água no seu copo, Zezito tocou-lhe o braço pedindo para que também lhe servisse. Gentilmente, Butina atendeu ao pedido do vereador.

Fotos: Sandro Adriano Carrilho

Redação Página 1

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