Dar esmola estimula uso de drogas

Dar esmola estimula uso de drogas

Emerson Teixeira

Carambeí – Nos últimos meses houve um crescimento no número de pessoas em situação de rua na cidade, que se acumulam em locais públicos, como a Praça Cívica, lateral da passarela às margens da Rodovia PR 151 e ruas da cidade, abordando moradores com o pedido de dinheiro e comida.
A Polícia Militar e a prefeitura de Carambeí lançaram um vídeo onde o comandante do Destacamento da Polícia Militar, Sargento Marçal, pede que a população não dê esmolas para pessoas em situação de rua.

“O vídeo é uma tentativa de estimular as pessoas a não darem esmolas. Essas pessoas que batem nos portões das casas e pedem doações, temos relatos da população e também por nossa experiência nesse tipo de situação, que eles recebem as doações e trocam por drogas, ou vendem para comprar bebidas alcoólicas para manterem o vício”, explica o sargento.

Ele orienta as que são solidárias que procurem os órgãos da prefeitura que atendem esse público, ONGs ou casas de apoio para que possam realizar as doações.

Outro ponto que o sargento alerta é que os moradores não conhecem a origem dessas pessoas. “Não sabem a procedência deles, hoje elas pedem, observam as casas, a estrutura, a rotina, e ao retornarem numa próxima oportunidade, se o morador não fizer a doação, ela pode reagir de forma violenta ou até mesmo fazer um furto”, enfatiza.

Marçal conta que no mês de abril, quando reassumiu o comando do Destacamento passou a observar o aumento no número de andarilhos e pessoas viciadas que se tornaram a origem de várias desordens e bebedeiras na Praça Cívica, ocasionando transtornos para o serviço social e de saúde da prefeitura municipal, e também para as forças de segurança.

Monitoramento

O diretor do Departamento de Proteção Social Especial, Sérgio Ribeiros dos Passos, relata que o poder público realiza o monitoramento dessas pessoas, mas apenas duas pessoas são referenciadas como moradores de rua. “Os demais devemos considerar como transeuntes, visto que estão em constante transição entre as cidades vizinhas”, explica.

Sérgio cita que durante o período de frio intenso, no mês de julho, foram realizadas doze abordagens com apenas quatro acolhimentos. “Os demais não aceitaram a ação informando que têm residência fixa no município ou em cidades vizinhas, além de serem referenciados e receberem benefícios de programas eventuais”, conta.

Outro dado que o diretor aponta é para o crescimento de passagens entregues para pessoas que circulam vindo dos municípios vizinhos. “Analisando os dados de entrega de passagens, podemos indicar um aumento de aproximadamente 16% na entrega de passagens. Passamos da média de 22 passagens para 27 mensais”, conta.

A secretária municipal de Assistência Social, Johanna Regina de Macedo Nogueira, ressalta que o CREAS Média Complexidade acompanha a situação das pessoas que se concentram na praça. “São moradores da cidade ou que estão de passagem, e se colocam na rua devido a drogas e alcoolismo”, aponta.

Ela cita que a maioria das pessoas nessa situação está referenciada e a maioria recebe benefícios do governo federal, “não necessitando de auxílio para alimentação e tampouco a doação de dinheiro o qual, na maior parte, será usado para o vício”, enfatiza.

Redação Página 1

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