As reflexões do Treze nos Campos de Uvaranas!

As reflexões do Treze nos Campos de Uvaranas!

Eu sou o Treze. Um Batalhão que ensina a todos uma grande lição: aqui, os melhores serão apenas bons para a Infantaria! Quando eu nasci era um “Regimento” até que algumas de minhas partes iniciaram outros quartéis “pés de poeira” em diversos lugares do Paraná. Da alvorada ao anoitecer, nas minhas dependências, escuto os acordes da Banda, o bate-pronto dos coturnos, o barulho dos motores e das lagartas dos Blindados que marcam o cimento do pátio central. Ainda lembro que nem sempre tudo foi tão bom assim: ali já perfilaram carroças, jeeps e caminhões antigos. Sinal de velhos tempos! Eu acompanhava tudo: o embarque dos combatentes verde-oliva que seguiam para Acampamentos ou Batalhas, construindo com ações a minha importância na história do nosso País. Eu até fui agraciado, há pouco tempo, com a Ordem do Mérito Militar, a mais alta distinção para um velho Batalhão do Exército! Orgulhoso, observo sempre os que entram em forma, de cabelos aparados e barba bem feita. Sei que levarão para casa em suas mochilas e guardarão em suas gavetas fotos da sua passagem por aqui, superando limites nas pistas de corda, nas competições ou nas viaturas que iam para as manobras dos ataques e formações que rendiam até elogios e medalhas! Eles e eu, é claro, lembramo-nos das Instruções, da arrumação impecável das camas nos alojamentos e das filas no Rancho. A comida, para eles, tinha um sabor indescritível! Sempre me convenço que a maioria aprendeu algo para suas vidas, nos serviços do dia-a-dia ou lá no Corpo da Guarda. Nas paredes das Companhias, sempre tenho algo a dizer para cada um deles. Vivo as expectativas e a esperança de jovens soldados que por aqui se encontram. Quero para eles um futuro saudável, que vão para suas casas sabendo o que devem fazer de suas vidas. Seus filhos e netos um dia ainda vão ouvir deles a frase imponente e significativa para mim: “Eu servi no Treze”! Ela sim, resume a minha satisfação de dever cumprido! Alguns militares vão para outras Unidades, transferidos, mas voltam tempos depois para viver de novo nossa cumplicidade, em novos Postos ou Graduações. Mas nunca param de refletir: como serão melhores para o Brasil? Eu os ajudo então, a interagir com as famílias da comunidade, que comparecem para ver os gratificantes momentos mágicos de seus filhos em um Ano Diferente. Admito, não foi tarefa das mais fáceis chegar aos 98. Mas foi assim que nos tornamos um conjunto coeso. Eu vivo de boas reformas e os Comandantes, de grandes projetos para o meu futuro. Nossa fama só cresce, já somos, juntos, a “Sentinela dos Campos Gerais”. Nas formaturas, quando a nossa canção é entoada, eu gosto mais daquela parte que se refere a mim como “Um nome de glória”. O seu eco incrível me faz lembrar os antigos ventos nos Campos de Uvaranas!

Associação de Oficiais da Reserva R/2 da cidade de Ponta Grossa – Paraná

*Reinaldo Afonso Mayer é comunicador Social da AORE – PG1 PR

Redação Página 1

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