Turismo começa dar sinais de recuperação

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Luana Dias
Especial Página Um News

Quando a pandemia do novo coronavírus começou, ninguém ainda poderia mensurar o tamanho do impacto nos diversos setores da economia brasileira. Hoje, mais de quatro meses depois, já é possível calcular o prejuízo, por área e por região. Em Castro, assim como em quase todas as demais cidades do país, o turismo está entre os ramos mais afetados. Porém, a flexibilização inédita ofertada por companhias aéreas e os pacotes, ofertas e condições ofertadas por hotéis e pelas próprias agências de viagens, também fazem desta, uma das melhores épocas para o planejamento de viagens futuras, e para o investimento em pacotes, passeios avulsos, e demais produtos oferecidos pelo setor.
A reportagem do Página Um News conversou com empresárias da área, que possuem agências em Castro. Entre elas, é unanime a constatação do prejuízo e da desaceleração nas vendas, no entanto, elas também compartilham de um sentimento otimista de que as pessoas estarão ansiosas para ‘botar o pé na estrada’, assim que as coisas começarem a voltar ao ‘normal’, e, sobretudo, quando já houver uma vacina devidamente testada e aprovada para combater o vírus.
A primeira entrevistada é Maria Claudia Rolim de Moura Schultz, proprietária da agência Caminhos da Terra. Ela contou à reportagem que a queda mais drástica na demanda pelos serviços ocorreu nos primeiros meses da pandemia, e que agora, mesmo ainda estando longe da normalidade, a procura começou a aumentar. Na maioria dos casos, no entanto, a busca é por viagens que podem ser programadas para a partir de janeiro de 2021. “Logo no começo da pandemia caiu bastante a demanda em geral. Estava todo mundo em isolamento e tudo foi sendo cancelado, viagens nacionais e internacionais. Até mais ou menos em junho, o cenário foi esse, mas de lá para cá, já começou uma leve melhora, aumentou principalmente a procura por viagens mais próximas, dentro do Paraná, e para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As pessoas também já estão começando a planejar viagens para o réveillon, para janeiro, para as férias e para o longo dos meses do próximo ano. Ainda não dá pra falar em normalidade, mas as pessoas estão começando a se planejar novamente para viajar. O começo foi bastante assustador para todos, foi desgastante, não sabíamos para que lado ir, e de fato, só vamos ter segurança realmente quando tivermos uma vacina, mas a pandemia está aí, temos que aprender a lidar com ela”, destacou a empresária.
De acordo com Maria Claudia, a liberação de muitos países, para a entrada de brasileiros, mesmo diante do cenário da pandemia no país, também contribuiu para que as pessoas se animassem novamente para a aquisição das viagens internacionais. Além disso, os perfis dos viajantes passaram por certas adaptações, eles agora optam por locais onde a movimentação é menos intensa, estão à procura dos lugares menos ‘badalados’, para sentirem-se mais seguros na viagem. “O Brasil tinha muita restrição, para onde os brasileiros não podiam voar, mas muitas delas já caíram, e são destinos bem procurados, como Maldivas e Caribe, por exemplo, a procura por essas viagens está começando a voltar, mas os clientes também estão procurando por locais com menos aglomerações, mais tranquilos mesmo, e querem saber de todas as condições de higiene dos hotéis, querem saber dos procedimentos de segurança que estão sendo adotados, e eu posso dizer que estou impressionada com tudo o que a rede hoteleira está fazendo para dar mais segurança aos clientes”, explicou ela.
Mas, a fase não é de adaptação apenas para clientes e para os profissionais dos hotéis, algumas das próprias agências de viagens também estão fazendo deste período, um tempo de aprendizado e de preparação, para melhor atender seus clientes no pós pandemia. “Eu sempre tive uma preocupação muito grande na hora de vender uma viagem, além de atender ao perfil do cliente, também tem que ser com qualidade e com conhecimento, e com a pandemia esse conhecimento teve que se aprimorar. O fator segurança, por exemplo, se tornou ainda mais importante, e agora olhamos tudo sob uma nova perspectiva, acredito que a tendência da exclusividade, como a dos translados, que hoje são feitos apenas com três pessoas no carro, se não forem da mesma família, será ainda mais atenuada. Além disso, eu e minha equipe, por exemplo, aproveitamos o tempo em que fazíamos home office para estudar, para buscar mais conhecimento, e acredito que depois da pandemia, vamos poder oferecer um atendimento ainda melhor”, explicou Maria Claudia.
E, se o atendimento foi melhorado e as pessoas já começaram a pensar em viagens novamente, a melhor notícia para os viajantes é que mesmo diante das mazelas econômicas que a pandemia vem causando, este é um ótimo momento para o investimento em viagens futuras, e nisto, ambas as entrevistas concordaram. A reportagem também ouviu a sócia-proprietária da agência Carpe Diem, Carolina Gandara. Tanto ela quanto Maria Claudia relataram que, graças a pandemia, as condições ofertadas por agências, companhias aéreas, redes hoteleiras e demais empresas do setor, estão mais interessantes do que nunca. Segundo Maria Claudia, os hotéis estão com tarifas bem mais baixas, as companhias aéreas estão fazendo muitas promoções, e as agências estão pensando em lugares e em condições especiais para o período pós-pandemia. Já Carolina contou sobre a flexibilização da maioria das companhias, e sobre as promoções fabulosas do setor. “Sem dúvida, este é um bom momento para adquirir a viagem, mesmo que seja só para o próximo ano, é o momento em que o cliente vai achar preços mais atrativos, promoções do tipo pague três, fique quatro dias, viagens internacionais também tem opção de pagar três diárias e ganha mais três. As companhias estão facilitando de todas as formas também, estão fazendo promoções que realmente chamam a atenção, algumas remarcam até três vezes a mesma viagem, só falta a coragem dos clientes para viajar novamente”, destacou.

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