Pai rebate versão da mãe e expõe razões pelas quais não entregou a criança

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Luana Dias

Após o Página Um News ter publicado o relato de uma mãe da cidade de Paranaguá, que estava à procura de sua filha em Castro, o pai da criança, Anderson Ribas, com quem a reportagem não havia conseguido contato, procurou pela equipe para falar sobre a localização da criança. Ele explicou as razões pelas quais não havia entregue a filha para a mãe, e afirmou que a criança vinha sendo vítima de negligência.

Segundo Ribas, pela segunda vez sua filha veio da casa da mãe com marcas pelo corpo, e com um tipo de alergia, que pode ser considerada sarna. “Minha filha vem em estado crítico da casa da mãe, já é a segunda vez. Com um certo tipo de sarna na pele, e ela ainda fala que a prima bate nela com o chinelo. Como pai, tomo minhas atitudes”, declarou.

Conforme Daniela Rezé Toledo, que é mãe da criança, Ribas trouxe a filha para Castro no dia 25 de março e deveria devolvê-la no dia 27, no entanto, ainda não teria entregue a menina e nem estava respondendo as tentativas de contato feitas pela mãe. Daniela conseguiu, junto a Vara de Família da cidade onde mora, um mandado de busca e apreensão, que foi assinado pela juíza Mércia Deodato do Nascimento em 5 de abril, dando a Anderson o prazo de 48 horas para entregar a filha à genitora. Daniela disse à reportagem que como não conseguia contato com Anderson, não sabia onde estava sua filha.

O pai afirmou em entrevista que a criança está em sua casa, em Castro, e que também não a entregou novamente à mãe porque vinha tendo dificuldade para ver a filha, e porque não tinha notícias da criança, enquanto a mesma estava sob os cuidados de Daniela. “A mãe me impede de saber da menina de qualquer forma. Faziam mais de cinco meses que não sabia dela, além disso, a [nome ocultado] chora e não quer ir com a mãe. Com todas essas coisas acontecendo, segurei ela aqui em Castro, para poder fazer algo por ela. Ela está sendo tratada pelo meu médico”, ressaltou o pai.

De acordo com o pai da menina, o caso está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar e pelo Ministério Público das cidades de Castro e de Paranaguá. A criança também estaria sendo acompanhada pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Castro. A reportagem, no entanto, não conseguiu contato com representantes dos órgãos.

Entenda o caso

Daniela Rezé Toledo mora em Paranaguá e procurou pela reportagem do Página Um News, na terça-feira (12), pedindo ajuda para localizar sua filha de cinco anos. Segundo ela, o pai da criança, Anderson Ribas, a retirou da casa da mãe para passar o final de semana com a mesma em Castro, onde mora, e deveria ter devolvido a criança dois dias depois. No entanto, além de não entregar a filha à mãe no prazo previsto (27 de março), o pai também não estaria atendendo às ligações e nem fez mais contatos.
De acordo com mãe, é a segunda vez que Anderson tem a mesma atitude. “A primeira vez foi em novembro, e desde então eu tenho evitado que ele pegue ela, porque temia que ocorresse novamente o que está ocorrendo agora. No dia 25 ele veio com a polícia e com o Conselho Tutelar até a minha casa, um dos policias que o acompanhava me falou que se eu não entregasse minha filha poderia me complicar perante a justiça, eu questionei sobre o que ocorreria se ele não me entregasse ela dentro do prazo, como aconteceu ano passado, e o mesmo policial afirmou que daí ele iria se complicar. Mediante essa situação, eu permiti que a minha filha fosse, mas era pra ele já ter me devolvido dia 27″.

Daniela contou à reportagem que falou com a avó paterna da filha. A mulher teria afirmado que a menina estaria com o pai, em seu ambiente de trabalho, mas sem fornecer mais detalhes. Daniela fez Boletim de Ocorrência (B.O) na Polícia Civil de Paranaguá e em Castro, e por meio de seu advogado, também procurou pela Vara de Família da cidade onde mora.

O órgão emitiu mandado de busca e apreensão da criança. No entanto, como Daniela não tinha a informação de onde pai e filha estariam, não teria conseguido o cumprimento da autorização. “Eu preciso saber onde ele está para que a polícia, oficial de justiça ou o Conselho Tutelar possam ir até ele, porque ele está sumido, ninguém sabe dele, e quem sabe não fala”, destacou a mãe, afirmando que os familiares de Anderson, com quem ela conseguiu contato, também não falaram. Por não estar na cidade onde mora e estar matriculada, a criança já teria perdido mais de 10 dias de aula.

A reportagem teve acesso ao mandado de busca e apreensão que determinou a entrega da criança à genitora. De acordo com o documento, Anderson Ribas justificou o fato de ainda não ter entregue a criança, afirmando que a mesma estaria em tratamento médico. O pai também teria alegado que há negligência por parte da mãe. “O executado apresentou os motivos que o levaram a não devolver a menor para a exequente. Disse que a infante estava com manchas e assaduras pelo corpo e a levou para consulta médica, sendo que o médico informou que se tratava de dermafitose. Alegou que a criança está em tratamento sob seus cuidados. Ressaltou que não levou a infante devido à negligência e descaso da exequente com a saúde da menor”.

Para a reportagem, Daniela afirmou que não havia negligência no cuidado com a filha, e que a mesma já estava em tratamento médico, mesmo antes de viajar com o pai. Na ocasião, o Página Um News tentou falar com o pai da criança, assim como, ligou para o celular da avó paterna da menor, porém, só houve retorno do pai na noite quarta-feira (13).

Fotos enviadas pelos pais e postada com autorização

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