Caminhoneiro é condenado a 8 anos

Caminhoneiro é condenado a 8 anos

Matheus de Lara

Após julgamento de 10 horas no Tribunal do Júri em Castro, na quarta-feira (27), o caminhoneiro Leandro Vriesman foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto, por atirar em dois policiais e um oficial de justiça em 2 de agosto de 2017, em Carambeí, que cumpriam mandado de recuperação judicial de um caminhão.

Leandro vai cumprir pena por tentativa de homicídio qualificado e será monitorado por tornozeleira eletrônica. Para o advogado do caminhoneiro, Paulo Rangel de Carvalho Júnior, o réu foi pronunciado por duas tentativas de homicídios, duplamente qualificados, uma tentativa de homicídio qualificado e pelo crime de resistência. A defesa representada pelo advogado Wilson Ribeiro Júnior disse que ainda não tem posicionamento sobre a possibilidade de recurso.

Para leitura final da pena, a juíza informou as seguintes condições do réu: “comprovar a obtenção de ocupação no prazo de 30 dias, enquanto não comprovada a atividade deverá comparecer ao Conselho de Comunidade de segunda a sexta, das 9 às 17 horas, e permanecer em sua residência nos demais períodos. Caso exerça atividade remunerada, deverá provar mensalmente junto ao Conselho o exercício do trabalho mediante declaração de empregador ou apresentação da CTPS, e recolher-se em sua residência nos períodos que não tiver trabalhando”.

Quanto ao cumprimento da pena “comparecer ao Conselho da comunidade local, onde são administrados cursos, realizados palestras e outras atividades de interesses, em especial para assistência social, psicológica e religiosa, além do grupo de apoio. Deverá, ainda, comparecer nas reuniões realizadas no Conselho no último sábado de cada mês no período da pena. Informar mudança de endereço de forma de manter atualizado, detalha”.

Contra e a favor

A vítima Daniel Otani Anderson, oficial da justiça designado para cumprimento de mandato de busca e apreensão na época, disse em depoimento ao Ministério Público do Paraná que “esse processo foi oriundo de um auto de Vara de Família. O caminhão estava no mandato para apreensão, o que certifiquei que ele se tronou um objeto de perícia e não tinha determinação de quem ficou na posse desses bens”.

Sobre os disparos efetuados, o oficial de justiça explica que o caminhoneiro disparou contra os policiais. “O réu estava com um braço para fora gesticulando, o que eu vi foi ele sacar a arma direcionando para mim. No que ele fecha em punhadura, já iniciei uma reação de fuga e esse foi o motivo por não ter sido atingido. A imagem que tenho é a da arma apontada e os tiros contra o policial Muleta – atingido no dedo e na face -, e o policial Reis, atingido no colete”.

O oficial continua a explanação e diz que “a cena que vi foi que ele descendo do caminhão uns 50 metros onde eu estava, imagino que após ter parado os disparos os policiais deram ordem para que ele descesse. Não vi o réu ser atingido pelos policiais e nenhuma agressão física. Quando cheguei, ele já estava no chão com a mão para trás, o qual poderia estar algemado. O tiro a queima roupa é uma agressão muito violenta, eu sai em pânico no dia, eu passava a mão no tórax onde fui atingido”.

A esposa do caminhoneiro, Ana Claudio Ribeiro, também participou do julgamento para contar o que presenciou e qual foi sua participação no dia do fato. “Estávamos em casa, tinha levado ele no médico em Ponta Grossa e quando chegamos em casa, fizemos uma coisa para comermos e pediu para levar ele até o caminhão. Chegando no local, o caminhão estava engatado, o cavalinho em um negócio e a de caçamba que era dele, que não estava no processo, que é coisa particular dele, também estava em outro cavalinho. Fiquei sabendo depois que estava ainda em processo de busca e que até então ninguém trouxe nenhum mandado, não trouxe nada e posso afirmar isso, porque eu fico em casa e ele viajava”.

Questionada do porquê de levar ele até o posto de combustível, disse. “A gente tinha uma empresa que foi aberta logo depois do irmão falecer, e o lugar de deixar estacionado era o posto de combustível. Porque para o alvará tem que ter um lugar para deixar, como moramos na cidade não tinha como deixar na rua. Fiquei sabendo de que um amigo de Leandro tinha falado que estavam pegando o caminhão”. Ana lembrou que eles iriam pegar a filha na escola e estavam indo em um gol de cor branca.

Em outro ponto de seu depoimento, Ana, disse o porquê de Leandro entrar pelo lado do passageiro do caminhão. Contou que, com o desespero, não viu nenhuma viatura policial no momento, mas ficou parado com o carro e que também não soube informar se seu marido andava armado. “Em casa não tinha arma, eu não admito esse tipo de coisa. Se ele tivesse arma dentro do caminhão, não sei porque nunca entrei na cabine. Quando ouvi vozes, também ouvi disparos, só que na primeira parte que escutei eu desci do carro. Dois frentistas me seguraram e me levaram para dentro do posto. Depois dessa parte eu vi o Leandro caído no chão algemado, um dos policiais chutando a cabeça dele”.

Relembre o caso

Foi na tarde de 2 de Agosto de 2017 (quarta-feira), quando houve troca de tiros entre o caminhoneiro, dois policiais militares e um oficial da justiça que cumpria mandado de recuperação judicial de um caminhão, o qual estava estacionado no posto de combustível às margens da PR-151, no trevo principal do município de Carambeí.

Em boletim à Polícia Militar, na época dos fatos, ambos foram surpreendidos por disparos de arma de fogo, quando o veículo era preparado para ser guinchado. Uma das testemunhas que presenciou o caso afirmou que na época, “o caminhão estava sendo guinchado quando o homem chegou, entrou no banco de passageiro, pegou uma arma e saiu atirando e com isso os policiais revidaram”.

Naquele dia, muitos perguntaram o porquê da atitude de Leandro, irmão do dono do caminhão, em atirar nos policiais. Segundo informações, a motivação do crime era devido a uma briga em família por causa de bens do ‘Chico Bala’.

Redação Página 1

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