Luana Dias
As atividades comerciais que estavam suspensas em Castro desde o dia 27 de fevereiro retornaram nesta quarta-feira (10). A retomada era muito esperada pelos comerciantes do município e antes de acontecer, a Prefeitura de Castro divulgou um decreto com três páginas de medidas e restrições a serem seguidas, para evitar disseminação ainda maior do vírus no município. Além disso, entidades que representam o comércio local também destacaram, através de diversos meios de comunicação, a importância de cada um fazer a sua parte no combate ao vírus.
O que se viu, no entanto, no primeiro dia de atividades, principalmente no centro da cidade, foi uma movimentação desmoderada, e aglomeração em diversos pontos ao longo de praticamente todo dia. Além disso, muitas pessoas estavam sem máscara ou faziam uso incorreto do acessório de proteção. Apesar da recomendação de que apenas uma pessoa da família vá às compras, e de que os pais deixem as crianças em casa em períodos da pandemia como o atual, muitas famílias andavam pela Rua Dr. Jorge Xavier da Silva em ritmo de passeio durante o dia, ignorando as restrições impostas, e acompanhados dos filhos.
A reportagem do Página Um News passou pelas ruas centrais da cidade em diferentes horários do dia e em todos observou a mesma movimentação, registrou filas, nas quais não havia distanciamento entre as pessoas e flagrou pessoas se aglomerando em pequenos grupos e em rodas de conversa. Já quando visitou estabelecimentos comerciantes, a reportagem presenciou lojistas e colaboradores, em sua maioria, atentos às medidas sanitárias e empenhados em manter o distanciamento entre os clientes, que em alguns casos, insistem em não respeitar nem mesmo as demarcações mais visíveis de filas.
Sobre o assunto, a secretária de Saúde de Castro, Maria Lidia Kravutschke, falou com preocupação. Ela citou o fato de estarem faltando leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em todas as regiões do Estado e do País, e afirmou que se a população continuar a se comportar sem os devidos cuidados e sem atenção às medidas de prevenção “vão morrer mais pessoas por falta de leito”, conforme suas palavras.
A reportagem também ouviu o diretor de Segurança Pública de Castro, Antonio Sergio de Oliveira. Ele relatou que em comparativo com os dias anteriores ao início do último lockdown, por exemplo, a movimentação na área central da cidade foi de fato significativamente maior na quarta-feira (10). Segundo ele, foi maior inclusive o número de notificações. “Além de muitos carros, também tinha muita gente, muitas filas para tentarem fazer pagamento de parcelas, com pessoas idosas inclusive, muitos pais com crianças, alguns bebês ainda no carrinho, três a quatro membros da mesma família na rua, pessoas que de repente poderiam ter ficado em casa, além disso, as pessoas estavam passeando, olhando vitrines”, salientou ele.
Antonio Sergio também afirmou que os comerciantes estavam trabalhando de forma correta e de acordo com as medidas restritivas, porém, destacou que a população não está dando a mesma atenção, e afirmou que se cada um não fizer a sua parte, há risco iminente de novas suspenções das atividades consideradas não essenciais. “Infelizmente as pessoas estavam eufóricas para sair de casa. Se a população não se conscientizar e se todos quiserem fazer tudo no mesmo dia, o comércio vai acabar sendo prejudicado novamente”, finalizou o diretor de segurança.
Foto: Luana Dias