Preços dos materiais escolares chegam a custar 30% mais em relação a anos anteriores

Preços dos materiais escolares chegam a custar 30% mais em relação a anos anteriores

Matheus de Lara

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, a volta das aulas presenciais acontece em várias cidades brasileiras. E como em todo o começo de ano, um dos itens que mais preocupam a renda da família, principalmente aquelas mais pobres, é o preço do material escolar. Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), a alta e os reajustes na lista de produtos pode atingir até 30%. Por outro lado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE), divulgou que a inflação acumula alta de 10,20% nos últimos 12 meses.

Sobre esse aumento no preço dos principais artigos escolares, a reportagem do Página Um News conversou com a economista Sara Pavarini. Para ela a matéria-prima para fazer o material escolar ela está mais cara. “O papel, o papelão, a cola, o plástico, são todos materiais que já estão mais caros, e o fabricante ele está repassando esse aumento para o varejista (vendedor), e ele por sua vez precisa repassar isso para o cliente. O material está maior porque existe um aumento da demanda mundial por esses produtos. Quando você aumenta a demanda e você tem a mesma quantidade de produção o preço sobe”.

Sara também descreve que o material escolar tem a sazonalidade. “Se refere ao mês e período que as crianças retornam para a escola, quando o consumo aumenta e com isso os preços sobem porque você tem uma quantidade limitada de produtos disponíveis no mercado”.

A economista também alerta para que os pais verifiquem os materiais que os filhos precisam. “Verificar cadernos que não foram subutilizados no ano anterior, lápis de cor, canetinha, material que da para ser utilizado novamente e com isso tentar economizar. Outra dica é pesquisar preços que varia muito de uma papelaria para a outra, a exemplo de marcas”, conta Sara.

Para a economista, o material escolar importado também impacta nos valores. “O dólar está alto e com isso faz com que material importado fique mais caro. Hoje no Brasil você tem tanto material nacional como de outros países, e isso também faz com que o preço, em média, suba entre 15% até 30%, em relação ao preço do ano passado”, conta.

Em Castro

A reportagem também conversou com três proprietárias de estabelecimentos que vendem materiais escolares, para ver como está a procura.

Para Maria Cândida Krelling, proprietária de uma papelaria do centro de Castro, a procura dos materiais está alta, principalmente nesses dias próximos a volta às aulas, em relação aos anos anterioriores afetados pela pandemia. Segundo Maria, os materiais mais caros estão sendo mais vendidos. “Entre os materiais estão os cadernos de capa dura. O cliente compra o material melhor, e com isso o caderno é o que mais sai. Pelo fato de o aluno comprar cinco, seis cadernos, esse tipo de material sai mais que uma mochila, por exemplo”. Maria diz que a mochila não saiu muito agora, fato que os estudantes já compraram nos anos anteriores e consequentemente não usaram em relação ao período de aulas online.

Já para a proprietária de outra papelaria da Vila Rio Branco, Jocimara de Oliveira (Jô), essa semana está grande a procura. “Os clientes vem pesquisando, também tem muita coisa que sobrou do ano passado. Tem gente comprando a lista completa e outros que estão comprando só o que falta. Por outro lado, o que mais vende é o lápis, borracha, caderno, sendo o básico da lista material”, do Jocimara. De acordo ela, o que mais está saindo são os materiais de linha barata, e que as vendas estão dentro das expectativas.

Para Márcia Marcondes, proprietária de outra papelaria também na Vila Rio Branco, explicou que somente essa semana as vendas melhoraram. “As vendas ainda estão lentas, sendo por etapa. Primeiro foi a procura dos pais das escolas particulares e agora são os CMEIS, fundamental e médio. Os produtos mais vendidos são lápis de cor, alguns cadernos, canetas, lápis e borrachas. Os pais procuram mais qualidade e preços medianos”.

Entende ela que esse ano superou, devido ao ano passado não ter voltado as aulas presenciais. “Ainda passamos por algumas dificuldades, pois fornecedores não tem material para entregar, mesmo fazendo compra antecipada, tem essa dificuldade. Tem empresas que não conseguiram fazer entrega total e outras até não entregaram, e isso dificulta bastante. Esse ano também não tivemos coisa nova”, conclui Márcia.

Foto: Matheus de Lara

Redação Página 1

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