Estiagem agrava assoreamento no Lacustre

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Emerson Teixeira

O Parque Municipal Prefeito Dr. Ronie Cardoso, conhecido como Parque Lacustre, um dos principais cartões postais de Castro, enfrenta uma grave situação ambiental que tem preocupado moradores e quem o frequenta. A estiagem prolongada revelou um problema que passava despercebido com o volume normal de água: o assoreamento do lago. Nos últimos dias, a redação do Página Um News recebeu imagens e vídeos de moradores que documentaram a deterioração do local, incluindo a aparição de peixes mortos.
Em busca de esclarecimentos, a reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente, que confirmou a gravidade da situação. Segundo a bióloga Adriana Marques Canha, da Superintendência de Meio Ambiente, uma equipe da Secretaria esteve no local na terça-feira (10) e constatou a morte de peixes. A estiagem colaborou para agravar o assoreamento do lago, que já recebe sedimentos trazidos pelas galerias pluviais da cidade.
Como medida emergencial, foi solicitado o imediato recolhimento de algas e plantas aquáticas das margens do lago. “Essas plantas consomem oxigênio, e sua remoção diminui a disputa, liberando mais oxigênio para os peixes”, explicou a bióloga.
Adriana destacou, no entanto, que a solução definitiva será o desassoreamento do lago — um projeto complexo e caro, com custo estimado em cerca de R$ 50 milhões. “O município já realizou a batimetria para calcular o volume de sedimentos que precisa ser removido, como tem um custo alto, precisamos buscar recursos junto ao Governo do Estado para viabilizar a obra”, revelou. O processo inclui a análise do material a ser retirado, pois, se estiver contaminado, terá que receber tratamento adequado antes de ser transportado. “Não é só ligar uma máquina e tirar o lodo”, frisou.
Além disso, a Secretaria e o Conselho Municipal do Meio Ambiente pediram à Sanepar que intensifique o monitoramento da rede de esgoto, para evitar o despejo irregular no lago. “As residências que não estão conectadas corretamente à rede de esgoto acabam direcionando seus resíduos para o lago”, alertou a bióloga.
Outro problema destacado por Adriana é a interferência nas nascentes que abastecem o lago, vindas das regiões de Santa Terezinha e São Cristóvão. “Quando as pessoas aterram os locais de nascente, dividem o volume de água, prejudicando o abastecimento do lago”, ressaltou, pedindo mais conscientização da população para preservar esses recursos naturais essenciais.

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