Em Castro, mais de 40 pacientes por dia utilizam o transporte gratuito da saúde

Em Castro, mais de 40 pacientes por dia utilizam o transporte gratuito da saúde

Matheus de Lara

Entre urgência, emergência e transporte eletivo, mais de 40 pacientes de Castro viajam para clínicas e hospitais de Ponta Grossa, Campo Largo e Curitiba para realizar consultas, exames e tratamentos como cardiologia, oncologia, radioterapia, ortopedia de média complexidade e cirurgia de catarata. Para facilitar o encaminhamento dos munícipes, muitos precisam que o transporte gratuito da saúde seja pelo sistema eletivo, que é disponibilizado de segunda a sexta-feira, por carro, van, ônibus ou ambulância, ou pelo serviço 24 horas.

Por outro lado, o transporte 24 horas ofertado para os pacientes, pode gerar alguns problemas. A reportagem do Página Um News traz o caso de uma paciente que recebeu alta três dias após passar por procedimento cirúrgico no quadril, mas o transporte não estava disponível no dia. Segundo a filha da paciente, que preferiu não ser identificada, após sua mãe realizar a cirurgia no dia 27 de janeiro, no Hospital Regional de Ponta Grossa não sabia o que fazer para conseguir o transporte. “Quando foi recebida a alta por volta das 16 horas de segunda-feira (30), ligamos para a assistência social pedir o transporte, e pelo horário não havia tempo de mandar um carro, mas como ela realizou a cirurgia no quadril, era preciso de uma ambulância para ela ser deslocada deitada. Somente no dia seguinte, na terça-feira (31), a ambulância veio e ficamos sabendo que era preciso ligar para a UPA de Castro para conseguir o transporte”.

No dia do ocorrido, a secretária municipal de Saúde, Maria Lídia Kravutschke, falou sobre o fato e admitiu que as vezes o hospital não avisa e passa para o paciente que o município não vai buscar, e que até mesmo no dia da alta, uma ambulância havia deixado uma pessoa durante a noite. Após a reportagem entrar em contato com a secretária, a paciente conseguiu ser transportada pela ambulância, e que no mesmo veículo já havia uma outra paciente. Além disso, a filha reclamou sobre o descaso com sua mãe, pois apenas o motorista estava para auxiliar no embarque. Em contato novamente com Maria Lídia, ela respondeu que a demora, nesses casos, depende de onde está a ambulância, e de quantos pacientes para internar, aproveitando o transporte para pacientes que receberam alta com prazo máximo de 24 horas.

A secretária descreve que existe um alinhamento entre os hospitais e municípios, que somente quando o paciente estiver com a alta médica confirmada é que será acionado o serviço 24 horas. “Nesso caso, liga para a UPA e em seguida o motorista é avisado. O deslocamento para buscar a pessoa em alta médica vai depender do número de pacientes que temos que transferir para internamento hospitalar o mais rápido possível, tendo então a alta hospitalar que aguardar. Se está de alta é porque está bem, temos que priorizar o que precisa ainda ser transportado para a unidade hospitalar”. Maria Lídia ainda relata que a gestão municipal sempre vê todos os que precisam do transporte sanitário, priorizando a urgência e a necessidade das pessoas.

Transporte eletivo

De segunda a sexta-feira, um ônibus de 40 lugares e as vezes uma van seguem para Curitiba, já para Ponta Grossa um micro-ônibus e a van de pacientes da oncologia, levam os pacientes para os tratamentos de saúde. Os que utilizam o transporte eletivo são desde bebês até pessoas idosas, sendo os pacientes encaminhados pela atenção primária do município, que em alguns casos contam com o auxílio de um acompanhante. Já para as pessoas acamadas ou pós cirúrgico, o serviço é realizado pela ambulância. Para a utilização do transporte diário, a secretária de Saúde explica que todo paciente com consulta ou realiza exames agendados, deverá procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu território com documentos pessoais e do acompanhante, para a realização de cadastro, e se houver mudança de endereço precisa ser atualizado.

Das mais de 40 pessoas que utilizam o transporte gratuito, está o paciente de 12 anos, Iruam Gonçalves Sanches, que desde os seis meses de idade utiliza o serviço ao longo do ano. Para a mãe, Sandra Castorina Gonçalves, seu filho que tem hidrocefalia realiza consultas em Castro e Curitiba. Eles são moradores do Tronco e quando precisam de logística, é usado ônibus ou até mesmo o carro da saúde. Disse que “as consultas não tem tempo certo definido e sem o transporte para eu levar o meu filho, seria bem difícil, por ele ser cadeirante e não possuirmos condições de pagar transporte particular”.

Sobre a logística, se o transporte vai até a casa de cada paciente, Maria Lídia disse que “por se tratar de muitas pessoas, não pegamos nas residências, temos pontos de referência mais próximo de onde a pessoa reside, e se caso a pessoa falar que o veículo não passou, verificamos pelo sistema de rastreamento se a informação procede ou não. Para pacientes acamados, o motorista pega na residência, oferta oxigênio se necessário e toda a assistência para transporte seguro em maca”. A secretária enfatiza que a procura pelo transporte é alta e “muitas pessoas tem condições de ir para Curitiba com recursos próprios, mas para Ponta Grossa é outra realidade”, disse Maria Lídia.

Pacientes que moram no interior e vão realizar consultas ou exames agendados, é ofertado casa de apoio para pernoite. De acordo Maria Lídia, geralmente são trazidos no dia anterior ao da viagem, e no local eles usufruem de cama para repouso, alimentação e estrutura para higiene, já os acamados tem repouso na UPA.

O horário que o transporte passa nos pontos é seguido regularmente. Após o motorista sair, ele segue um roteiro passando pelos pontos e se precisar, em todos os bairros. “Por exemplo, em Curitiba são diversos hospitais que o ônibus tem que deixar. No retorno ele vem passando onde deixou, e é importante o paciente esperar em frente ao local onde foi consultar, além de manter o telefone ligado em caso do motorista não localizar o paciente. Em relação a ida, se não está esperando no endereço o paciente acaba ficando, porque o motorista ter que pegar os outros”, conclui Maria Lídia.

Foto: Divulgação

Redação Página 1

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