Decreto em Castro coloca os parques aquáticos na UTI

Decreto em Castro coloca os parques aquáticos na UTI

Cleucimara Santiago

A medida em que a pandemia do novo coronavirus avança, avançam também as medidas restritivas de combate à doença. O Paraná decretou toque de recolher, restringiu a venda e consumo de bebidas alcoólicas, e o funcionamento de estabelecimentos comerciais. Na mesma onda, cidades do estado também fizeram seus decretos com as medidas pertinentes.

Conter aglomerações, manter isolamento social e o distanciamento entre as pessoas é uma das mais recomendadas medidas preventivas para evitar a propagação do novo Coronavirus. Decretos proíbem a realização de eventos públicos ou particulares, de qualquer natureza, com reunião de público acima de dez pessoas. E, se muitas pessoas agonizam em hospitais com falta de ar, o setor de eventos também está na UTI, precisando urgentemente de um fôlego para respirar e uma injeção de ânimo para sobreviver.

Em Castro, por exemplo, está em vigor decreto da prefeitura que restringe o funcionamento de estabelecimentos comerciais não essenciais nos dias de sábado e domingo até às 13 horas e proíbe o funcionamento de piscinas de recreação em estabelecimentos comerciais.
A medida atinge drasticamente parques aquáticos que em geral só funcionam em finais de semana e registram baixa ou quase nenhuma movimentação durante o inverno.

E, se no verão o calor aumenta, as contas, impostos e compromissos financeiros acompanham a alta da temperatura. Com parques fechados, observando o faturamento do setor despencar, impedidos de esfriar a cabeça na piscina, empresários do setor mergulham em dívidas. O empresário Ricardo Palmeira Forquim, proprietário do Parque das Águas em Castro, vê com preocupação esse fechamento.“Ficou complicado para mim, porque bem na época que junto um ‘dinheirinho’ para pagar funcionários, investir e me manter durante o inverno em que as piscinas ficam inoperantes, vem o decreto”, afirma.

Segundo ele, fechar os parques locais não é a solução para o problema, pois impedidos de se banhar em parques na cidade, os clientes partem em ônibus lotados para parques aquáticos das redondezas e até mesmo para o litoral do Paraná e Santa Catarina, em excursões bate e volta. Em uma rápida busca pelas redes sociais, a equipe do Página Um News encontrou várias ofertas do serviço e confirmou que a informação do empresário é procedente. O empresário diz que “entendo as medidas da prefeitura para coibir a circulação de pessoas e diminuir o número de infectados, apesar de não acreditar que o fechamento de piscinas, seja algo efetivo no controle da disseminação da Covid-19, visto que a área das piscinas é aberta e ventilada, bem diferente de um ônibus lotado em que nem a máscara tem resultado efetivo para barrar a contaminação”.

Segundo especialistas, o uso de cloro e outras soluções desinfetantes usadas em piscinas tornam impossível a possibilidade de sobrevivência do Sars-Cov-2 dentro da água e o risco de contágio é quase nulo. O problema é que embora a água da piscina não seja um ambiente favorável para o vírus, a aglomeração que pode ocorrer dentro da água, tem a mesma consequência que em qualquer outro lugar, assim como na água do mar. E, conforme o hit de verão, que se tornou viral, ‘se piscininha, amor, é ótimo para a gente namorar,’, também é lugar de se cuidar.

Com decreto ou sem, na água ou fora, só existe uma maneira de evitar a proliferação do novo coronavírus e reduzir o impacto provocado pela covid-19, conforme descreve os infectologistas, ‘a conscientização’. Uso de máscaras, obedecer às medidas sanitárias e manter o distanciamento social de um metro e meio é essencial.

Redação Página 1

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