Chuvas deixam estradas rurais de Castro intransitáveis

Chuvas deixam estradas rurais de Castro intransitáveis

Luana Dias

Em um município com extensões rurais como é Castro, problemas como buracos e trechos de atoleiros em estradas do interior são comuns. A situação, no entanto, se torna mais adversa em tempos de chuvarada como o atual. Como tem chovido praticamente todos os dias no município, há semanas, atividades corriqueiras como ir para o trabalho ou para escola, tem desafiado moradores de algumas regiões.

A produtora rural Teresa Zagrobelny Marinho, por exemplo, relatou à reportagem que o trânsito na estrada do Maracanã, na região onde ela mora e onde há alto fluxo de caminhões pesados, sempre fica bastante comprometido quando ocorrem chuvas frequentes. O problema lá não é tanto a lama, mas a quantidade de buracos na pista. “As estradas ficaram horríveis com as chuvas. Aqui é muito buraco, tanto pra quem vem por Terra Nova, como quem vem por Maracanã, mas, ainda estamos conseguindo passar, porém, os parafuso dos carros quase saem dançado sozinhos”, relatou.

De acordo com a entrevistada, depois das chuvas é comum a administração pública fazer reparos nas estradas da região, porém, como o clima não vem colaborando, as vias não se mantêm conservadas por muito tempo. “Estamos azarados com o clima, aí não tem estrada que fique boa. Graças à Deus ultimamente podemos dizer que estão cuidando, claro que poderia melhorar, pois é da zona rural que sai o alimento para população”, ressalta.

A realidade nas estradas da Terra Nova e Marmeleiro não são muito diferentes, e segundo o agricultor e morador da região, Alexandre Hubert, as melhorias recentes feitas pela prefeitura foram muito superficiais para dar conta de toda água da chuva. “As estradas para a Terra Nova, tanto a que vem pela cidade quanto a que vem pelo Tronco estão muito ruins. Há trechos horríveis, com muitos buracos. As estradas dentro da colônia também estão muito ruins, a que dá acesso a igreja e seguindo até o Marmeleiro foi arrumada há duas semanas, mas as chuvas danificaram muito de novo. A passagem da patrola é apenas uma melhora superficial, uma vez que se cobrem os buracos com areia. Após uma chuva, estes buracos são lavados e ficam cada vez maiores e mais profundos”, explicou.

Alexandre lembra que os moradores enfrentam problemas nas estradas da região desde muito antes de as chuvas recentes acontecerem, além disso, as estradas citadas por ele são caminhos diários para diversas categorias de profissionais que desenvolvem suas atividades nas localidades de Terra Nova e Marmeleiro por exemplo. Ele, que também é confeiteiro, tem tido cada vez mais dificuldade para transportar seus bolos e tortas até a área urbana da cidade. “Existe um tráfego constante nestas estradas, ônibus da escola, professores, pessoas que trabalham na cidade, caminhões que fazem a coleta do leite, entregas de ração, agrônomos, veterinários, enfim, para toda a comunidade é um grande problema conviver com as estradas esburacadas. Há muito as estradas estão problemáticas. Mas agora com essa temporada de chuvas a situação é grave. É preciso que as estradas sejam cascalhadas e muito bem recuperadas para ter um efeito mais duradouro, porque só passar a patrola é realmente superficial”, finalizou.

A moradora da comunidade de Cercado, Eloisa Meira também contou sobre os desafios de quem trafega entre a zona urbana e localidades como o próprio Cercado, Lagoa dos Ribas e comunidades adjacentes. Segundo ela, até nesta segunda-feira (17), cujo dia passou sem chuvas por lá, alguns trechos das estradas estavam quase intransitáveis, devido ao lamaçal e a presença de muitos buracos. Parte da estrada, por onde muitos caminhões e máquinas agrícolas passam diariamente, virou atoleiro. “Todo mundo se queixando que tá só barro e buraco, e lá no Lageado as carretas estavam ficando encalhadas todo dia, ontem ainda tinha uma pela manhã”, relatou.

O empresário Francisco Delmar Kotelinski também conversou com a reportagem sobre as estradas e lembrou que a época, de chuvarada, não favorece a manutenção. “Num âmbito geral, todas as estradas estão muito ruins. Com as chuvas recorrentes não tem estrada que fique boa, infelizmente, e o trânsito de veículos é muito intenso”.

Francisco é usuário das estradas do interior, e segundo ele, algumas das que estão em situação mais crítica são as que levam ao Distrito do Socavão, ao Abapã e à Terra Nova. “E vai levar um tempo para a prefeitura consertar, as chuvas estragam muito, fazem córregos de água no meio das estradas. A época é muito ruim, para todas as regiões”.

Na comunidade de Passo dos Bois, uma das estradas principais está interditada, desde que as chuvas começaram. Mas para se deslocarem os moradores de lá estão tendo que encarar outra estrada, a do Tronco, que também não está em boas condições para o tráfego. Quem detalha a situação é a moradora e produtora, Sonia Cardoso. “A estrada de entrada para o Passo dos Bois ficou interditada todos esses dias de chuva, porque vão colocar pedrinhas, como de asfalto. Isso dificulta bastante pra nós. A estrada do Tronco, por onde estamos passando agora, está muito ruim devido às chuvas”, destacou, lembrando que existe uma terceira via, a da Colônia Santa Leopoldina, que costuma estar melhor conservada, porém, atualmente também tem muita lama por conta das chuvas e atividade madeireira, executada na região.

A situação se agrava ainda mais quando a comunidade fica a cerca de 70 quilômetros da área urbana da cidade, como é o caso do Caraguata, onde um trecho da estrada ficou tão liso e perigoso devido as chuvas, que os motoristas de ônibus que fazem a linha na região estão tendo que deixar passageiros no caminho, para terminarem o trajeto a pé. É o que contou à reportagem o morador Cesar Leal. “O ônibus que faz a linha da Serra do Apon três vezes por semana, já não chega lá há uma semana, e ontem à noite, o motorista chegou até esse trecho da estrada, uma subida, e não pode continuar, porque estava muito liso. Os passageiros tiveram que ir até o Caraguata a pé. Andaram por cerca de quatro quilômetros, já no escuro, mas as estradas também estão ruins no Imbuial, no Tanque Grande e na Serra do Apon, destacou o entrevistado.

Sobre a situação das estradas, a reportagem tentou conversar com servidores da prefeitura e Secretaria de Infraestrutura, porém, até o fechamento da edição, não obteve resposta.

Redação Página 1

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