O LAMENTO SILENCIOSO

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O Cemitério do Rosário, situado na Vila Rio Branco, em Castro, tornou-se palco de uma realidade que vai além do luto e da perda: o abandono. Este espaço, que deveria ser local de respeito e memória, enfrenta o descaso não apenas da administração municipal, mas também de uma parte da sociedade que esqueceu dos princípios mais básicos de civilidade.
Nos últimos meses, o cenário descrito por moradores locais e veiculado nas redes sociais aponta para uma atenção alarmante. Relações de atividades ilícitas, como o consumo de drogas e álcool, somadas à perturbação causada por algo alto, configuram um desrespeito contínuo ao propósito e à sacralidade do lugar. Mais grave ainda é o vandalismo que se abate sobre o cemitério: furtos e destruição de descobertas e muros, atos que profanam o descanso dos entes queridos ali sepultados.
A responsabilidade pela manutenção e segurança do Cemitério do Rosário recai sobre a administração municipal. É imperativo questionar, então, por que medidas específicas, como a instalação de câmeras de segurança, a designação de guardas ou até a definição de horários de funcionamento mais restritos, não são renovadas. Tais ações poderiam mitigar os problemas relatados e devolver ao local a dignidade que ele merece.
Este cenário reflete uma falha maior no tecido administrativo da cidade de Castro. O contraste entre o financiamento de eventos de grande escala e a negligência com serviços básicos de manutenção e segurança pública revela uma desconexão preocupante entre as prioridades do executivo municipal e as necessidades reais da população.
A comunidade de Castro, especialmente aqueles que têm seus entes queridos no Cemitério do Rosário, merece mais. Merece respeito, segurança e um espaço digno para lembrar aqueles que foram. A memória coletiva e a história da cidade estão intrinsecamente ligadas a esses espaços, que pedem cuidado e proteção.
É hora de a administração municipal revisar suas políticas e alocar os recursos necessários para a revitalização do Cemitério do Rosário.

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