Pedia-se para evitar aglomeração, mas não se via nenhum esforço para fiscalizar as festinhas de quintal; recomendava-se evitar encontros familiares, mas não havia restrição alguma na entrada e saída das cidades. Mercados e distribuidoras de bebidas seguiram suas vidas normalmente. Em seguida foram ‘suspensas’ as festas de carnaval, mas não houve fiscalização suficiente para coibir os eventos clandestinos, as beiras de praias lotadas e nem alguns shows ocorridos por aí. Enquanto isso o comércio da cidade, um dos setores que mais gera emprego e que já vinha minguando há meses, trabalhava sob restrições, contando notinhas para chegar ao final do mês com reais na gaveta o suficiente para pagar boletos, funcionários e demais despesas. Do dia para a noite, no entanto, decide-se mandar fechá-los as portas, sem avisar, sem programar e ainda com a expectativa de que o fechamento se prolongue. O diferencial neste caso é que agora sim a fiscalização apareceu, em menos de uma semana de lockdown já foram vistos policiais e guardas nas portas, prontos para multar quem se atrevesse a trabalhar. Questiona-se aqui: quando foi que o comércio se tornou o vilão desta pandemia?