Cleucimara Santiago
Há um ano, em meio a notícias que o coronavirus se espalhava cada vez mais rápido pelo mundo, o Brasil alheio a tudo, arrastava multidões em festas de Carnaval. Na mesma época o país registrava o primeiro caso oficial de contaminação por Covid-19 em um brasileiro. Um morador da cidade de São Paulo, 61 anos de idade, que esteve na região da Lombardia, no norte da Itália, após passar doze dias na Europa, ao retornar ao Brasil, apresentou sintomas e testou positivo para a doença. Ele foi curado e retornou as atividades normais, mas muitos não tiveram a mesma sorte. Na primeira quinzena de março, o país registrou a primeira morte causada pelo vírus.
Do anúncio do primeiro caso, até o caos de hoje, são 10.551.259 infectados e mais de 250 mil vidas perdidas. E, infelizmente, as pessoas continuam achando que é uma “gripezinha”, ignorando as medidas sanitárias e descumprindo os decretos restritivos. Principalmente com a chegada das vacinas, muitas pessoas baixaram a guarda, deixando de usar corretamente a máscara, álcool em gel e não evitando aglomerações. Com isso, o país bate recorde em todos os estados com a maior taxa de ocupação de leitos hospitalares e enfrenta o período mais letal desde o início da pandemia. Teimosia, desrespeito, fake news, práticas terapêuticas e uso de remédios sem comprovação cientifica e até mesmo falta de informação e conhecimento, estimulam a livre circulação do pior vírus dos últimos tempos e agravam os números de infecções e de vidas perdidas. Profissionais de saúde estão em esgotamento físico e mental, há falta de leitos hospitalares e de equipamentos médicos, e o que sobra mesmo, são pessoas abusando da sorte e colocando em risco a própria vida e a do seu próximo.
Paraná
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirma em 12 de março de 2020, os primeiros seis casos positivos no estado, sendo um em Cianorte e cinco em Curitiba. Em 16 de março, publica o Decreto 4.230 que, entre outras medidas, suspende as aulas nas instituições estaduais e o funcionamento de estabelecimentos comerciais tais como cinemas, shoppings e academias.
Em 18 de março, o governo do Paraná publica o Decreto 4.263 que, entre outras medidas, determina a suspensão, a partir de 20 de março de 2020, da circulação de transporte coletivo rodoviário interestadual de passageiros com origem de todas as unidades federativas do país e do Distrito Federal. Em 19 de março, o Decreto 4.298 declara situação de emergência em todo o território paranaense, para fins de prevenção e enfrentamento à epidemia da Covid-19.
No mesmo dia a vigilância epidemiológica de Ponta Grossa, começa a monitorar o primeiro caso de contaminação do vírus na cidade, e confirma no dia 21 de março de 2020, o primeiro caso positivo.
Em 21 de março, decreto 4.317 do Paraná entre outras medidas, suspende todos os serviços e atividades não essenciais no estado. Em 29 de março, Castro registra o primeiro caso de coronavírus, em maio Carambeí faz seu primeiro registro. Em outubro de 2020 todos os 399 municípios do Paraná já têm casos da doença.
Na sexta-feira (26) de fevereiro de 2021, exatamente um ano depois da confirmação do primeiro caso no Brasil, a Sesa divulga a confirmação de mais 17 casos de variantes do coronavírus no Paraná, sendo 15 identificados como da variante P1, e dois da variante B.1.1.7, identificada no Reino Unido. Ponta Grossa também já confirmou a circulação da variante P1, que pode ser mais transmissível e mais letal do que as cepas originais do vírus causador da Covid-19. Uma mulher de 87 anos, residente na cidade, com data dos primeiros sintomas em 17 de janeiro de 2021, apresentando tosse seca, astenia, adinamia, taquidispnéia, internada em 28 de janeiro e óbito em 07 de fevereiro de 2021, foi o primeiro caso da variante P1 no município. Pesquisados afirmam que a falta do uso de máscaras e de distanciamento social aceleraram a transmissão da nova cepa.
O Estado em números
Em 28 de fevereiro, o estado do Paraná registrou 642.425 casos de infecção por Coronavirus, sendo 11.581 mortes.
Nos doze municípios que compõem a 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa, que somam 642.624 habitantes foram registrados até a data, 35.557 casos e 595 óbitos, segundo dados da Sesa no dia 28 de fevereiro, sendo Arapoti 1.648 casos confirmados e 38 óbitos, Carambeí 1.614 casos confirmados e 29 óbitos, Castro 5.169 casos confirmados 4.336 e 69 óbitos, Ipiranga 458 casos confirmados e 6 óbitos, Ivaí 343 casos confirmados e 8 óbitos, Jaguariaíva 1.688 casos confirmados 382 e 31 óbitos, Palmeira 1.083 casos confirmados e 14 óbitos, Piraí do Sul 1.355 casos confirmados e 23 óbitos, Ponta Grossa 21.028 casos confirmados 379 óbitos, Porto Amazonas 225 casos confirmados 3 óbitos, São João do Triunfo 120 casos confirmados e 2 óbitos, Sengés 826 e 14 óbitos.
O município de Tibagi pertence a 21ª Regional de Saúde e registrou 949 casos e 25 mortes.
Entre unidades hospitalares da rede pública e privada, o estado registrou 3.587 pacientes internados, sendo 2.146 em leitos clínicos e 1.441 em unidades de terapia intensiva.