UEPG lamenta falecimento do pesquisador Amauri do Nascimento

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Da Assessoria

Ponta Grossa – “Meu sonho sempre foi diminuir a dor e o sofrimento; seja ele humano, seja ele animal”. Foi assim que o professor Amauri do Nascimento iniciou a apresentação do Dispositivo Farmacêutico 1 (DF1), o equipamento a que dedicou mais de uma década de estudos, em março de 2020. Em 27 de novembro de 2024, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que o recebeu como servidor no Colégio Agrícola Augusto Ribas de 1992 a 2017 e como pesquisador na Engenharia de Materiais, lamenta seu falecimento, aos 66 anos.

Amauri tinha total entusiasmo pela máquina que inventou e patenteou: o DF1, apelidado de “estômago artificial”, é um aparelho que simula o funcionamento do trato digestório e que tem como um de seus principais benefícios a redução do uso de cobaias vivas em pesquisas científicas. O equipamento permite diminuir o uso de animais em pesquisas com fármacos (substâncias químicas que são os princípios ativos dos medicamentos), mas também pode ser adaptado para outros tipos de pesquisas que necessitam de um ambiente que simule o trato digestório.

O professor Miguel Sanches Neto, reitor da UEPG, destacou o legado de inovação deixado por Amauri e seu envolvimento na revitalização da Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi). “Foi um professor exemplar, muito dedicado e que mesmo depois de aposentado continuou desenvolvendo pesquisas. Um visionário, uma pessoa que sempre pensava no outro e que deixa um legado para o magistério e para a inovação”.

Desde 2010, Amauri trabalhou de forma próxima ao professor Benjamin de Melo Carvalho, primeiro na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e depois em outros projetos. “Durante o tempo em que trabalhamos juntos, desenvolvemos uma grande amizade e relação de muita confiança”, conta. Para viabilizar o desenvolvimento do DF1, trabalharam juntos na elaboração da patente e na construção do equipamento, viabilizado por meio de um projeto aprovado pela Justiça Federal e Ministério Público Federal. “Mesmo aposentado, o Amauri continuava muito ativo e entusiasmado com as possibilidades de pesquisas e negócios gerados pelo Dispositivo Farmacêutico DF1”.

Para além do lado profissional, o professor era um exemplo de dedicação à família. “Compartilhava as alegrias e também alguns desafios, mas era realmente um exemplo de dedicação e amor à sua esposa e dois filhos. A chegada dos netos representou alegria redobrada para ele”, lembra Benjamin. “Minhas sinceras condolências aos seus querido familiares. Que Deus os conforte e conceda a força necessária para seguir adiante!”.

O professor era, ainda, presidente do Rotary Clube Ponta Grossa Alagados na gestão 2024-2025. Essa era outra de suas paixões. “Tive o privilégio de poder trabalhar com o Amauri na coordenação do projeto das face shields, num grande esforço de um significativo grupo de ‘makers’ que se envolvera na produção e doação das face shields durante a pandemia de Covid-19. O Amauri, inclusive, conseguiu o apoio do Rotary no início do projeto”, conta o professor. A entidade publicou nota de pesar, em que destacou sua dedicação ao servir, generosidade e amizade. “Sua partida deixa um vazio irreparável, mas seu legado continuará a inspirar todos nós”, enfatiza a nota do Rotary.

A Universidade Estadual de Ponta Grossa se solidarizou com familiares e amigos pela perda.

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