Tropeiros percorrem 934 quilômetros até Aparecida

Tropeiros percorrem 934 quilômetros até Aparecida

Emerson Teixeira*

Carambeí – Os tropeiros Rodnei Marcondes Carneiro e Ivan Pedroso entraram para o rol de cavaleiros que rompem por caminhos em cima do lombo de cavalos e mulas, por centenas de quilômetros numa jornada de fé até a cidade de Aparecida (SP), onde está localizado o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

A jornada que durou 22 dias percorreu 934 quilômetros entre Carambeí e a cidade paulista, considerada a capital da fé para católicos. “Esse sonho a gente já tinha, há mais de dois anos que vínhamos planejando e no ano passado deu certo, nós começamos a juntar as ideias e começamos a por em prática, começamos a fazer um caixa e fomos preparando até que acontecesse”, conta Rodnei.

Os tropeiros de Carambeí integraram o grupo ‘Comitiva Tropeiros da Fé’, que teve como integrante com 70 anos, o senhor Joel Pupo e outros caveleiros de Ponta Grossa, Reserva, Guaraniaçu e Tibagi, de onde os tropeiros partiram, na localidade de Pinheiro Seco e seguiram o caminho tradicional, passando pela terra de Nossa Senhora das Brotas, depois até Sengés, na divisa com o estado de São Paulo, e seguiram até Itapetininga, para após margear a grande São Paulo e chegar ao destino da fé.

Ivan Pedroso conta que tinha o sonho de ir a cavalo até Aparecida, outros amigos já tinham feito o percurso, mas um acidente automobilístico o impediu de realizar o sonho por conta de não poder mais ficar tanto tempo no lombo de um cavalo. “Eu tinha sonho de ir a cavalo para Aparecida, mas tive um acidente de automóvel que me impediu de fazer uma viagem tão longa como essa. Mas conversando com o Bode [Rodnei] surgiu a oportunidade de integrar a comitiva na parte do apoio. Fui um pouco a cavalo, um pouco de carro, maior parte do tempo nós íamos na frente, organizando os locais para pouso, almoço, foi muito legal”, conta.

“Uma viagem diferenciada, fomos muito bem acolhido por pessoas que não conhecíamos, tem a parte do sofrimento, chuvas, carro quebrado, cansaço, mas existe a recompensa que são as coisas boas, à tarde chegar num pouso, assar uma carne, conversar, esse tipo de situação que também é gratificante, foram 20 dias de uma experiência diferenciada, com cansaço, mas com muita coisa boa e amizades feitas, da comitiva só conhecia meu cunhado de Ponta Grossa e o Bode [Rodnei]. Um laço de amizade e muita fé que eu vi nas pessoas, por todo lugar que passamos, éramos recebidos por pessoas com muita fé em Nossa Senhora Aparecida e em Deus”, relata.

Os animais receberam atenção especial ao longo da viagem, incluindo manejo adequado, com uma alimentação balanceada, troca de ferraduras e acompanhamento veterinário. Medidas que garantiram o bem-estar e a saúde dos animais que desempenham um papel fundamental nessa tradicional jornada religiosa.

A jornada dos tropeiros é uma tradição centenária, que remonta aos tempos coloniais. Esses viajantes enfrentam longas distâncias e desafios da estrada para cumprir suas promessas e demonstrar sua devoção religiosa. A chegada marcante é um testemunho do espírito de perseverança e devoção dos tropeiros romeiros, que mantêm viva uma tradição ancestral e inspiram outros fiéis a seguirem seus passos.

*Com Assessoria

Redação Página 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: O conteúdo é de exclusividade do Página 1 News.
× Fale com o P1 News!