Paulinho, vocalista do Roupa Nova, que morreu por complicações de Covid, gostava de cantar em Ponta Grossa e chegou a apresentar-se em Castro
Cleucimara Santiago
Aos 68 anos, Paulinho, vocalista do grupo Roupa Nova, deixa milhares de fãs. Sua morte repentina na noite de segunda-feira (14), por complicações decorrentes da Covid-19, causou comoção em todo Brasil, principalmente para quem gosta da boa música romântica. Em Ponta Grossa e Castro, empresários que tiveram o prazer de conhecer o Roupa Nova, também lamentaram.
É o caso do empresário Adilson Simões, da Simões Produções, responsável por trazer o grupo cinco vezes a Ponta Grossa e duas a Castro. Ele relembra que trouxe a banda para Ponta Grossa, duas vezes no Clube Verde, duas vezes na Munchenfest, uma vez no Clube Ponta Lagoa, e para Castro na festa de aniversário da cidade e na Fenatal. “Um dos melhores grupos musicais que já fiz shows, uma qualidade musical ímpar e muito profissional. Perdemos uma das vozes mais lindas e afinada do Brasil”, declara Simões.
Iran Taques, da Versuz Produções e Prime, também lamentou a perda do artista, “Tive o privilégio de trazê-los à Ponta Grossa por cinco vezes. Em todas as ocasiões os shows foram surpreendentes. O Paulinho, sempre atendeu muito bem aos fãs e sempre foi muito atencioso conosco, os contratantes. Na última passagem por Ponta Grossa, em 2016, o show deles foi mais que especial porque adicionou ao repertório, um especial com todos os grandes clássicos que o Roupa Nova compôs, incluindo o hino da vitória de Airton Senna. Paulinho deixará muita saudade para os fãs e todo mercado da música brasileira. Certamente o Roupa Nova encontrará dificuldades em seguir com essa falta irreparável. Fica aqui a minha torcida para que o grupo logo se recomponha e traga um show especial de despedida do ídolo Paulinho”, destacou Iran.
O empresário Cesar Telles, da rádio Antena Sul FM, também relembra a passagem do grupo por Castro em 1997. “Foi um grande show. Um dos maiores públicos da história de Castro. O pessoal do Roupa Nova foi uma simpatia só. O público adorou. Acho que tinha mais de 15 mil pessoas. E de verdade, eles deram mesmo um show”, enfatizou Cesar.
Doença
Em agosto o cantor foi diagnosticado com leucemia, em setembro se submeteu a um transplante de medula óssea linfoma. No procedimento, foram utilizadas as próprias células do paciente. Ele se recuperava bem do tratamento, mas em novembro foi diagnosticado com coronavírus e precisou ser novamente internado.
Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Copa D’or, na Zona Sul do Rio, embora tenha se recuperado da Covid-19, veio a falecer devido complicações da doença.
Dono de uma voz incrível, Paulo César Santos, nasceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1952. Começou a carreira em bailes nas noites cariocas. Nos anos 70 juntou-se a banda Famks, grupo que passou a se chamar Os Motokas. Após assinar contrato de gravação, na década de 80, o grupo passou a se chamar definitivamente Roupa Nova, nome com o qual explodiu no lançamento do segundo álbum em 1982.
Com uma trajetória que conquistou gerações, 40 anos de sucesso, o grupo é recordista em trilhas de novelas, ao todo são 35 sucessos que conquistaram os corações dos telespectadores.
A voz marcante de Paulinho era responsável pelos vocais principais de sucessos como “Meu universo é você”, “Canção de verão”, “Volta pra mim”, “Asas do prazer, “Sensual”.
Manifestações
Na rede oficial do Roupa Nova foi postado a seguinte nota: “As luzes do palco se apagaram. Infelizmente o nosso querido Paulinho não resistiu. Acabamos de receber a notícia que ele veio a falecer de falência de múltiplos órgãos após ser acometido pela infecção do coronavírus. Paciente decorrente de outras co-morbidades, entre elas um transplante de medula óssea devido a um linfoma, ele teve uma parada cardiorrespiratória hoje, que levou à parada dos órgãos.
Nossos sinceros agradecimentos à todos que oraram e pediram por ele.
Deus o receba de braços abertos!” #Luto
Mais tarde, foi postado um vídeo com uma homenagem e o seguinte texto: “Deus te trouxe para aliviar o sofrimento. O mundo pode fazer a gente chorar, mas Deus e o Paulinho querem a gente sorrindo e cantando! Vá em paz amigo, guerreiro, ídolo!”.
Devido à pandemia da Covid-19, o velório do vocalista e percussionista Paulinho será restrito. Familiares e amigos mais próximos se despedem do músico nesta quarta-feira (16), no Memorial do Carmo, Rio de Janeiro, às 16 horas. Ele será cremado.