Palmeira cria comitê de crise para emergência de Covid-19

Palmeira cria comitê de crise para emergência de Covid-19

Cleucimara Santiago

Palmeira – A prefeitura de Palmeira realizou na manhã desta segunda-feira (8), coletiva de imprensa transmitida pelas redes sociais, para falar sobre a situação da Covid-19 no município. Participaram o prefeito da cidade, Sérgio Belich; o secretário municipal de Saúde, Giovatan de Souza Bueno, e o provedor da Santa Casa de Palmeira, Vagner Barausse.

Na coletiva foram apresentadas as principais ações do município na tentativa de controlar o crescimento de número de pessoas infectadas na cidade, sendo a criação de um comitê de crise para avaliar os números diariamente, a licitação para criação de mais leitos clínicos e a aquisição de novos equipamentos. Em tentativa de conscientizar a população sobre o estado crítico de emergência da saúde, foram apresentados números dos casos de infecção e lista de esperas por leito no estado do Paraná. No final de semana faltou camas para acomodar pacientes, e foi preciso correr atrás também de oxigênio, mas ainda há falta de equipamentos e principalmente de profissionais na área de saúde.

O prefeito Sergio Belich colocou seu posicionamento sobre a situação do município que é grave, salientou as ações que estão sendo realizadas, e afirmou que não é a favor do fechamento do comércio. O prefeito disse que na opinião dele, os empresários não são os culpados, pois em geral seguem as medidas de segurança, que o número crescente de casos se deve a festas clandestinas, reuniões familiares, compartilhamentos de bombas de chimarrão, narguilés e relaxamento das medidas de prevenção, mas que prefere seguir o decreto do governo e solicitou o apoio da população. O decreto publicado pela prefeitura na sexta-feira (5), foi suspenso, devido ao decreto do governo do estado.
Belich reforçou que as aulas presenciais na rede municipal de Palmeira, dificilmente votam antes da primeira semana de abril, e espera que o governo do estado se sensibilize e não retorne com as presenciais de rede estadual, pois há uma dificuldade de exigir das crianças o uso da máscara, e de impedir que as crianças abracem o coleguinha, ou até mesmo compartilhem um lanche.

Vagner, avaliou a situação desesperadora da Santa Casa, das altas dos custos, da falta de recursos, da circulação da nova cepa, da contaminação de pessoas mais jovens, da média de idade de internados que caiu para 40 anos de idade.

Em entrevista, ao Página Um News, o secretário Giovatan ressaltou que até a manhã deste dia 8 a Santa Casa de Palmeira, na ala Covid, contava com 14 pacientes internados e mais 2 entubados, e que a cidade não dispõe de UTI. “Hoje, ainda, existem leitos disponíveis porque, através de parcerias, em medida rápida e extrema a prefeitura e a secretária conseguiram novas camas e abriram uma nova ala, sendo o total de 27 leitos de enfermaria, mas que serão ocupados possivelmente ainda esta semana devido ao alarmante crescimento de casos. “O comitê de risco de Covid da cidade, composto por profissionais da área técnica vai avaliar diariamente a crise para planejar novas ações estratégicas frente a realidade”, disse Geovatan.

Ele lembrou, ainda, que há muitos entraves para se conseguir novos equipamentos, que não basta resolver a parte burocrática, tem a demanda que é muito grande e a falta dos produtos no mercado. Hoje a cidade está com licitação de seis kits com monitores, bombas de infusão e ventiladores mecânicos para atender os pacientes com maior eficácia poder salvar vidas, e em processo de licitação para abrir mais leitos de enfermaria. “O Paraná hoje (8), tem 989 pessoas aguardando um leito hospitalar, sendo 519 para UTI e 470 para enfermarias. Diante desses números, o município resolveu buscar algumas soluções que possam aumentar as chances de sobrevida dessas pessoas, aumentando o número de leitos e de equipamentos, na tentativa de manter por mais tempo as pessoas internadas no município, até que consigam através da regularização de leitos, a transferência.

Sobre as vacinas, o secretário disse estar um pouco decepcionado, já que a demanda é muito grande, e a oferta é muito pequena e elas tem chegado a conta gotas.

Também deixou claro, que muitas pessoas questionam sobre o tratamento precoce, mas o município não tem intenção nenhuma de adotar, “até porque não existe estudos que comprovem a eficácia, a eficiência, desse tratamento preventivo. O que nós apresentamos é o caso da cidade de Itajaí – SC, que apesar de ter optado por esse tipo de tratamento com ivermectina, os índices deles não estão bons, sendo uma das mais altas taxas de letalidade de Santa Catarina”. Giovatan reforçou ainda que mesmo com fortes pressões, a cidade não adotará essa medida porque não tem respaldo médico comprovado, e citou que estudos recentes realizados e publicados no dia 04 de março, pela revista científica Journal of the American Medical Association, uma das mais respeitadas do mundo todo, apontaram que não houve diferença relevante nos resultados do tratamento precose com o medicamento.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou nesta segunda-feira a atualização dos dados referentes à Covid-19 em Palmeira, com um novo óbito confirmado devido ao coronavírus. Trata-se de um homem de 69 anos que residia na área rural. Essa é a 20ª morte devido a Covid-19 em Palmeira. Também existem dois óbitos em que as suas causas estão em investigação.

Redação Página 1

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