Filipak apresenta dados preocupantes sobre a situação epidemiológica no Paraná

Filipak apresenta dados preocupantes sobre a situação epidemiológica no Paraná

Cleucimara Santiago

O governo do Paraná realizou uma live transmitida pelas redes sociais, que contou com a participação do governador do Estado, Carlos Massa Ratinho Junior e integrantes do governo. Muitas pessoas focaram no novo decreto de lockdown até 8 de março no estado, mas, o diretor de Gestão em Saúde na Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, Vinicius Filipak, fez uma importante análise da situação do estado.

Dr Filipak apresentou o panorama da situação com demonstrativo de gráficos e explanou necessidade de abrir novos leitos. “Para enfrentamento dessa pandemia nós trabalhamos com uma estratégia de ampliar a capacidade do sistema de saúde”, e lembrou que não é apenas as infecções por Covid, “nós também temos outras doenças que existem em nosso meio, acidentes, AVC e infarto, que também precisam de tratamento. Não podíamos, portanto, deixar de fazer o maior esforço possível para que a criação fosse rápida e consistente no sistema de saúde”, descreveu.

Na apresentação, ressaltou ainda que “estamos na maior emergência em saúde pública da história da humanidade. O Paraná tem desde março do ano passado, quando iniciou-se a constatação da existência do covid-19 no nosso meio, mais de 628 mil paranaenses infectados com mais de 11 mil pacientes que foram a óbito”.

Segundo dados apresentados, são 1285 leitos de UTI adulto e 1865 leitos de enfermaria, compondo 3150 leitos para adultos no estado do Paraná. “É o maior contingente de leitos exclusivos que nós já conseguimos organizar em toda a nossa rede. Além desses, há outros leitos que atendem as emergências gerais”, afirmou.

Dr. Filipak falou da grande preocupação da pandemia e da evolução do número de pacientes internados. “Hoje o número de pacientes internados é na faixa de 3376 […]. Nós tivemos um crescimento vertiginoso do número de pacientes com demanda de internação diária”, observou o diretor, acrescentando que o estado atingiu a maior ocupação hospitalar da história da pandemia, sendo 94% em UTI e 74% em leitos clínicos, quantidade acima da previsão pessimista.

Em dados apresentados, um quarto dos pacientes não sobrevivem a internação, mas nos últimos dias, esse número chegou a 30% devido a nova cepa. “Mesmo que haja leitos suficientes, mesmo que eles fossem infinitos, ainda assim as pessoas que pegam Covid, 10% terão que internar e dessas pessoas que internaram, 25% delas irão óbito. Quando internado em terapia intensiva, infelizmente essa mortalidade beira 40%, é extremamente elevado, extremamente grave”, ressalta.

O diretor prosseguiu, acrescentando que “o que chama atenção é que a nossa ocupação hospitalar está crescendo progressivamente, o tempo de permanência internado desses pacientes aumentou de dezembro até fevereiro em 11%, ou seja, os pacientes estão ficando mais tempo internado em média do que ficavam durante toda a pandemia. A mortalidade está aumentando, portanto nós temos uma situação de grave crise sanitária”.

No estado, entre o paciente ser identificado na UPA, pronto atendimento ou hospital de menor porte e a locação ao leito executivo, há um período que pode variar até 24 horas, um número adequado e seguro. A fila de espera historicamente significou que 92% dos pacientes internados até o mês passado, conseguia transferência em menos de 24 horas após a identificação. “Nós estamos hoje com 88% sendo internados em menos de 24 horas, portanto, 12% dos pacientes ainda devem aguardar mais de 24 horas para internação”. O que significa que se o paciente tiver um retardo no atendimento de urgência ou pouco adequado, terá agravamento da condição clínica, menos recuperação, maior dor e sofrimento, maior tempo de permanência hospitalar.

Na sexta-feira (26) o número de pacientes na fila de espera, aguardando internação, era de 578 pessoas, sendo 414 em enfermaria e 164 em leitos de UTI, crescimento de 31% em 24 horas. Poderá haver altas e infelizmente óbitos, mas nem todos os pacientes conseguirão leito de internamento em menos de 24 horas “essa é a gravidade do momento, ” alertou.

Fikipak finalizou com uma mensagem contundente: “há, portanto, necessidade de adoção de medidas importantes, com a responsabilidade que cabe a todos nós. Não só do governo, executivo, mas principalmente da população entender de que se há alguém contaminado e transmite essa doença para outra pessoa, nós estamos a partir deste minuto colocando a chance dessa pessoa ir a óbito.

Não há condição de permitirmos mais a propagação desta doença como ela tem acontecido. Esse cenário é igual no mundo todo, no nosso país não é diferente, no Paraná também não é. É necessário conter o avanço da doença. Não há tratamento curativo para essa doença, há uma letalidade avançada e a nossa obrigação é adotar medidas que protejam o conjunto da população. Não há sociedade que se estabeleça, se nós desprezarmos a chance de as pessoas gozarem a sua vida com o melhor da sua plenitude, e não há vida plena sem respeito coletivo a todos nós”.

Redação Página 1

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