Covid-19 completou dois anos neste fim de semana

Covid-19 completou dois anos neste fim de semana

Luana Dias
Especial Página Um News

No sábado (12), o aparecimento dos primeiros casos de Covid-19 no Paraná completou dois anos e, na sexta-feira (11), fez exatamente dois anos que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a existência da doença como pandêmica. Na data, quase 122 mil casos tinham sido registrados, a maioria deles na China. Hoje, o mundo inteiro tem pessoas infectadas. Ao todo mais de 458 milhões de casos já foram divulgados, e mais de seis milhões de pessoas, de todas as nacionalidades, já perderam a vida em função da doença.

Ao longo desse período, os hábitos e tudo o que as pessoas conheciam como normal – em suas comunidades, ambientes de trabalho, festas, meios de locomoção e até aldeias – sofreu transformações. Foi preciso se adaptar e aprender a conviver com uma ameaça nova e perigosa, que a cada dia ensinava mais à humanidade sobre o risco de perder alguém, cujo convívio lhe era comum. A adaptação foi necessária em muitos aspectos, e um dos exemplos mais reais dessa condição foi observada no trabalho dos profissionais de saúde. “Assim como todos os colegas intensivistas, trabalhei na linha de frente desde o início da pandemia. O medo de algo desconhecido fez com que trabalhássemos em estresse absoluto, principalmente pelo medo da própria contaminação ou de pessoas próximas. Muitos amigos saíram de casa, mas na época minha filha tinha apenas três meses, então essa possibilidade nunca foi uma opção. Eram muitos banhos por dia, vários EPIs, e alta carga de estresse e ansiedade”, descreveu a médica intensivista, Maria Cristina Guarienti da Silva.

Ela contou à reportagem que diversos episódios marcaram a sua atuação, algumas situações eram impensadas até por quem já estava acostumado com extremos. “Foram vários momentos, entre eles, o primeiro caso confirmado, as despedidas que os pacientes faziam aos seus familiares através de vídeochamada antes das intubações, várias pessoas da mesma família internadas sob nosso cuidado, o desespero pela falta de vagas de UTI e a escassez de medicamentos” destaca a profissional.

Ao se referir ao cenário atual, após dois anos de pandemia e com a maioria da população já imunizada, a médica destaca o papel da vacina, e fala sobre o que é possível esperar da pandemia, de agora em diante. “Acredito que devemos manter o cenário controlado, como encontramos atualmente. Graças à vacina e os cuidados de higiene, conseguimos diminuir a circulação do vírus e também os casos graves. A maioria dos casos na UTI hoje são de pacientes não vacinados ou com esquema vacinal incompleto. Vivemos a pandemia dos não vacinados”, ressaltou ela.

Flexibilização

Atualmente muitas cidades brasileiras já liberaram a população para andar sem máscara nas ruas e em ambientes coletivos. Alguns municípios também já estão promovendo eventos com grande número de pessoas, como é o caso de Castro, e em geral, há a cada dia maior flexibilidade em relação às restrições que têm como objetivo o controle da circulação e contágio pelo vírus.

A medica Maria Cristina, no entanto, ainda vê risco nessas ações e, defende a manutenção de hábitos que passaram a fazer parte do cotidiano já no início da pandemia, além da própria vacinação. “Eu acho muito cedo para flexibilizar algumas medidas, como o uso de máscaras. Acredito que a vacinação completa associada ao uso correto da máscara e higienização das mãos com álcool, são fundamentais para atingirmos nosso passaporte de volta à vida normal”, finalizou a profissional.

Redação Página 1

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