Comerciantes organizam protestos em PG e em cidades da região

Comerciantes organizam protestos em PG e em cidades da região

Cleucimara Santiago

Empresários de diversas cidades da região se unem em sinal de protesto ao lockdown imposto no Paraná através do decreto número 6.983/2021 que entrou em vigor no sábado (27) e tem validade até as 5 horas do dia 08 de março.

Em Castro empresários organizaram uma carreata, em Carambeí vereadores encaminharam oficio para prefeita.

Em Ponta Grossa empresários organizaram uma manifestação na avenida Vicente Machado às 15 horas desta quinta-feira (4), pedindo uma maior flexibilidade e a reabertura imediata do comércio não essencial. Manifestantes, usando roupas pretas, exibiram faixas com luto pelo comércio e fizeram um buzinaço pelas principais avenidas da cidade.

A medida do governo que determinou o fechamento do comércio não essencial e toque de recolher, visa a diminuição da circulação e aglomeração de pessoas, devido ao momento delicado da contaminação da Covid-19, circulação das novas variantes, hospitais lotados e com filas de esperas em leitos de UTIs. O governo do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior também pediu apoio de todas as cidades do Paraná.

O número de leitos hospitalares no estado tem sido insuficiente para atender toda a demanda de doentes, a média de dias de internamento dos pacientes tem aumentado e o crescente número de casos também. Empresários afirmam que fechar o pequeno comércio não é uma medida eficaz, pois enquanto os menores ficam impedidos de trabalhar, há grandes aglomerações em bancos, lotéricas, redes de supermercados e outros comércios tidos como essenciais.

Em conversa com a reportagem do Página Um News, o empresário Márcio Pauliki, um dos principais apoiadores do manifesto, e que possui lojas em várias cidades do estado, declarou ser completamente contra as regras do lockdown e a favor da flexibilização dos horários, extensão dos horários do comércio e principalmente a expansão dos serviços de transporte público. Márcio afirma que essas medidas fariam circular o menor número de pessoas dentro de estabelecimentos comerciais, “a minha opinião desse lockdown, (que é muito diferente de um ano atrás, onde todos fecharam para adequação dos serviços de saúde), praticamente um ano depois, nós ainda não temos o número de leitos prometidos, o transporte público ainda é muito falho”.

Pauliki ressaltou ainda, “Infelizmente da forma que está sendo feito, não vai surtir efeito nenhum, nenhuma eficiência em relação a redução da disseminação do vírus, justamente porque as empresas e os estabelecimentos que mais geram aglomerações, continuam abertas…. os hipermercados, que vendem produtos não essenciais também, as lotéricas (muitas empresas hoje fazem o recebimento de água e luz e boletos e com fechamento concentrou tudo nas lotéricas e as filas estão imensas), os bancos, as festas clandestinas, enfim, nós estamos com os mesmos problemas e pior que agora também estão fechados os pequenos comércios, principalmente dos bairros, que representam 70% dos empregos, não só de Ponta Grossa, mas também de outras cidades. Nós estamos com problema já do Covid, que é a saúde física, estamos tendo agora também o problema da saúde financeira e mental desses empreendedores e desses trabalhadores, ” afirmou o empresário à reportagem.

Pauliki, que já presidiu a ACIPG, o CDL e a Comissão de indústria e comércio da assembleia do Paraná, declarou ainda que a sua preocupação é a manutenção dos empregos e a importância da união de todo o comércio, além dos cuidados com as medidas de segurança, “hoje essa manifestação que é dos comerciantes da cidade, ela não vai gerar aglomeração, porque a manifestação cada um na sua, em seu estabelecimento comercial, eu acho muito importante para demonstrar que o comércio está unido”.

A empresária Flávia Barrichello, Diretora de Comércio da ACIPG (Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa), também conversou com a reportagem, no início da tarde desta quinta-feira (4) e explicou que a manifestação não tem a assinatura da associação comercial, “esse movimento não é apoiado pela Acipg. Eu, Flávia Barrichello, meu cnpj apoia, estarei ali na avenida junto com os demais participantes, porém ela não tem assinatura da casa (Acipg). A Acipg entende que o momento é delicado, que nós temos que nos cuidar, e a casa está lutando pelo delivery, para liberação do Delivery e queremos também que o comércio abra, é lógico, nós vivemos disso. A casa tem mais de 1.700 associados que vivem extremamente do comércio, então, a gente está defendendo as causas deles. Mas, esse movimento é sem assinatura da Acipg,” ressaltou.

Flávia afirmou ainda que na opinião dela o lockdown tem que ser parcial, “ tem que haver o lockdown sim, mas, parcial, de algumas atividades que realmente afetam, a onde as pessoas não sabem conduzir os seus estabelecimentos. Mas, o comércio que gera divisas, que mantém as casas abertas com todo o cuidado, com restrição de número de pessoas dentro de seu estabelecimento, com álcool gel e com todo mundo de máscara, porque não estão comendo e não estão bebendo, eu acho assim que é válido. Agora, eu questiono esses lugares onde fica todo mundo aglomerado, sem distância mínima de um metro e meio e não obedecendo o seu número de pessoas por metro quadrado[…] e é isso que nós também defendemos na Acipg.

Brechas nos decretos

Muitos comerciantes encontraram brechas nos decretos para continuar com as portas abertas, o que causa dúvidas na população e revolta de pequenos empresários. Em Ponta Grossa, grandes redes de supermercados permanecem abertos até as 23 horas, contrariando o toque de recolher. Lojas de cosméticos e uma rede de franquias de lojas de perfumaria, seguem atendendo normalmente porque comercializam produtos de higiene pessoal e se enquadram na lei. Outra grande loja de departamentos permanece aberta porque vende também alimentos, gênero de primeira necessidade.  Além disso, amparados pela lei, outros estabelecimentos continuam abertos. A reportagem circulou rapidamente pela cidade e encontrou, óticas, floriculturas, empresas do ramo de alimentação, chaveiros, comercio de peças de veículos e agropecuárias com as portas abertas.  

Redação Página 1

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