Caminhoneiros de Castro não devem aderir paralisação marcada para 1° de fevereiro

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Luana Dias

Caminhoneiros de diversas regiões do País estão anunciando o início de uma nova greve. Se o movimento de fato se concretizar, deve iniciar logo no primeiro dia do mês de fevereiro. Entre as demandas que pautam a possível greve, estão a solicitação de aposentadoria especial para o setor, piso mínimo estabelecido para frete e mais fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Apesar de nem toda categoria estar de acordo com a pauta, o número de profissionais do setor que se dizem favoráveis e que confirmou participação no movimento, vem se tornando cada dia mais relevante. Em Castro, no entanto, pelo que tudo indica a greve não terá adesão muito significativa. Caminhoneiros ouvidos pela reportagem afirmaram que no município a maioria deles não irá paralisar as atividades agora, um dos motivos é o período em que se encontra a atual safra, além disso, alguns caminhoneiros afirmaram estar desmotivados, até para fazer greve, alguns inclusive se manifestaram contrários ao movimento que se desenha.

A reportagem conversou, por exemplo, com o caminhoneiro Rodney de Melo Laroca, que é presidente da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Carga de Castro (Coopertrac). Ele falou de mais motivos pelos quais trabalhadores da categoria não pretendem aderir à greve no município. “Todas as greves ou paralisação são por direito, mas em Castro não devemos fazer nada. A pauta, ou seja, o que ele estão pedindo são leis que já temos, o que falta é que elas sejam cumpridas. Garantias pelo governo, infelizmente não temos”, destacou ele.

Rodney explicou que os caminhoneiros não estão satisfeitos com a política do atual governo para a categoria, e que as leis já aprovadas não são respeitadas. Segundo ele, se o preço do combustível continuar a subir, por exemplo, pode ficar insustentável continuar trabalhando, porém, muitos deles não acreditam que uma greve a essas alturas poderá ajudar a melhorar as condições de trabalho. “Todos estão chateados com esses aumentos no preço dos combustíveis, e com a forma como o governo está tratando essas questões, deixando a preço de mercado internacional.

Ontem por exemplo, teve aumento de 4,4% no diesel, de uma hora para outra. A porcentagem do biodiesel no óleo diesel também faz encarecer o produto e pelo que passam para nós, é contrato antigo da Petrobrás, que tem se manter. Ninguém está contente, mas nenhum de nós quer a paralisação, sabemos que é no limite, é muito crítico e prejudica a economia do país, mas os motoristas de caminhão estão sendo burros de carga hoje, porque o preço de todos os insumos utilizados aumentou, em média de 30 a 45%, isso na ponta do lápis, deixa muito pesado para nós, se subir mais um pouco o preço do combustível haverá um efeito dominó, vai parando um a um, porque não teremos condições de rodar”, destacou ele, afirmando que mesmo não concordando com as pautas ou que este seja o momento para fazer greve, considera a paralisação que está programada pela categoria, legítima.

O presidente da Coopertrac também elencou itens onde acredita que o governo tem sido falho, ao não promover fiscalização para fazer com que as leis já aprovadas sejam adequadamente exercidas. “Quanto as pautas, falta o governo fazer a lei ser cumprida. Nós temos a lei do piso mínimo que não é fiscalizada e temos os marco regulatório que está para ser votado, se passaram dois anos do governo e não foi feito nada, a categoria de fato está muito chateada, mas não é motivo para fazermos paralisação”, finalizou.

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