Bianca Martins
Especial Página Um News
Carambeí – Após cancelar a greve de professores prevista para iniciar na segunda-feira (27), o Sindicato dos Servidores Públicos de Carambeí (Sindiserv) realizou passeata por algumas ruas próximas à Prefeitura, no final da tarde do mesmo dia. Centenas de professores participaram da manifestação, que iniciou com concentração em frente ao prédio do executivo municipal. Segundo o presidente do Sindiserv, Júlio César Horn, a intenção é fazer uma nova assembleia na segunda-feira (6) para definir os próximos passos do movimento. A classe pede o pagamento de 33,24% relativo ao piso nacional de 2022 para todos os professores do município.
Entenda
No domingo (26) o Sindiserv anunciou o cancelamento da greve devido a uma liminar concedida ao executivo municipal, que torna a paralisação ilegal e desobriga o município a conceder o reajuste de 33,24%, referente ao piso de 2022, reivindicado pelos professores. A medida judicial soma-se a outra, publicada na semana passada, que liberava a Prefeitura de pagar o reajuste de 14,93%, relativo ao piso nacional do magistério de 2023.
Limite
Em entrevista ao Página Um News, a prefeita, Elisangela Pedroso, revela que respeita o posicionamento dos professores, mas que agora só voltará a conversar com a classe depois da realização de concurso público.
Ela destaca que o problema não seria falta de recurso, mas sim a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece o chamado ‘limite prudencial’ para controlar os gastos públicos com a folha de pagamento. A chefe do executivo lembra que o índice, no início de sua gestão, era de 55%, e que hoje, devido a medidas administrativas, de corte de gastos com contratação de cargos comissionados e projeto de reindustrialização da cidade, o índice atual chega a 43%. “O município tem vários TACs [Termo de Ajustamento de Conduta] em aberto e que precisam ser cumpridos. E nós estamos cumprindo todas as determinações do Ministério Público. Estamos com moral no MP por realizar medidas que realmente deram resultado”, avalia.
Elisangela enfatiza que os professores sabem de todas as condições legais que impedem o aumento neste momento e diz não entender porque “eles resolveram não aceitar. A gente vem conversando há mais de um ano a respeito. Mostrando os motivos. Temos que contratar médicos, faltam servidores em outras áreas. Se extrapolar o gasto agora, vamos ter que sacrificar outros serviços essenciais. Não podemos retroceder. Temos que finalizar o concurso e contratar novos servidores. Gostaria muito de poder conceder o aumento, mas preciso fazer uma gestão de fato”.