Da assessoria
Os professores Alessandra Reis e Alessandro Loguercio, do departamento de Odontologia, e o professor Giuliano La Guardia, do departamento de Matemática, estão entre os principais pesquisadores das suas áreas, conforme ranking produzido pela empresa britânica Mendeley. No ranking, estão 853 pesquisadores brasileiros, 31 no Paraná.
O ranking classifica pesquisadores através da frequência de citações padronizadas, registradas na base de dados Scopus. A lista, segmentada por 22 áreas e 176 subáreas de conhecimento, reúne 2% dos pesquisadores mais citados em suas áreas conforme média de carreira (tabela S6) e conforme o último ano (tabela S7).
Reis e Loguercio, de Odontologia, figuram em ambas tabelas, enquanto La Guardia, de Matemática, está presente na tabela S7. Todos já estiveram presentes do ranking anteriormente e são bolsistas-produtividade do CNPq. O resultado do ranking foi apresentado no artigo “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators”.
“Eu não esperava figurar entre os 2% melhores pesquisadores do mundo na minha área de pesquisa em 2019, tampouco ser um dos três professores da UEPG na lista”, expressa La Guardia. “Fiquei muito surpreso e, ao mesmo tempo, muito feliz ao saber da notícia. Esta conquista contribuiu imensamente para aumentar a paixão que tenho pelo trabalho científico e proporciona uma oportunidade para divulgação e projeção da UEPG, do departamento e dos cursos de Matemática”, adiciona La Guardia, que também é coordenador do bacharelado em Matemática Aplicada.
Reis recebeu o resultado do ranking com muita alegria e comemorou a posição do curso de Odontologia da UEPG. “É um enorme reconhecimento, mas ao mesmo tempo é a percepção de que tem valido a pena toda uma vida dedicada à pesquisa!”, avalia Loguercio. “É importante deixar claro que não é somente um reconhecimento individual e profissional”, adiciona Reis.
Na sala de aula
Para todos, o reconhecimento do ranking está ligado à relação entre professores e estudantes. “A sala de aula, seja da graduação ou da pós-graduação, é um lugar de discussão e debate de ideias e pontos de vista que são extremamente ricos para o surgimento de novos projetos de investigação”, pensa Loguercio.
“Meus alunos sempre toparam investir em ideias de pesquisa e executaram com maestria, trabalharam na publicação e na divulgação desses resultados, e sem o curso de pós-graduação nada disso também acontece”, reflete Reis. “Os professores e alunos atuam sinergicamente para esse reconhecimento, que também é conjunto. Ver nossa UEPG em destaque na Odonto é um prazer, uma alegria imensa”, completa.
La Guardia busca constantemente explorar o potencial dos acadêmicos ao máximo. “Sempre que possível, coloco questões que nenhum pesquisador conseguiu resolver até o momento para que os acadêmicos saibam a dificuldade de tais problemas, para desenvolver a curiosidade científica pela Matemática nos estudantes e despertar interesse pelo estudo da mesma”, afirma.
Estrutura
Para La Guardia, a UEPG está se desenvolvendo no quesito de pesquisa e possui potencial para se tornar um centro de excelência em pesquisa científica num futuro próximo. “Há 15 ou 20 anos, grande parte dos professores da UEPG se limitavam a ministrar aulas, sem haver preocupação com o desenvolvimento da pesquisa científica. Paulatinamente, esse perfil está sendo modificado e, atualmente, há inúmeros projetos de pesquisa de excelente qualidade”, comenta. La Guardia considera que a consolidação da pesquisa científica na UEPG dependa do esforço coletivo de todos os integrantes da universidade, assim como ampliação de recursos humanos, espaços físicos e de materiais.
Loguercio reconhece as dificuldades financeiras das universidades públicas no Brasil mas lembra iniciativas multidisciplinares na UEPG que a igualam com grandes centros de pesquisa. “Podemos citar o CIPP, que é um centro multi-usuário de pesquisa, onde estão alocados os equipamentos de grande e médio porte da Universidade e que são de livre acesso para todo e qualquer pesquisador, desde discentes de graduação (TCC e PIBIC), pós-graduação e docentes”. Ele destaca também que isto facilita a interação entre pesquisadores de diferentes áreas e, com isto, potencializa o surgimento de pesquisas de cada vez mais impacto. Loguercio pensa que a estrutura é fundamental para o desenvolvimento de pesquisas nos últimos 15 anos como docente na UEPG.
“A gente precisa de clínicas mais bem equipadas, melhores equipamentos. É um problema que toda universidade pública enfrenta e a gente quer melhorar aqui porque aqui é nossa casa”, colabora Reis. “Estamos fazendo pesquisa de alta qualidade, colocando a UEPG em altos postos da ciência […], mas não dá para reduzir as melhorias, precisamos estar em constante evolução, assim como a ciência”, finaliza.
Texto: William Clarindo | Fotos: Aline Jasper