Preço do leite registra queda pelo 5º mês

Preço do leite registra queda pelo 5º mês

Vinicius Machado*
Especial Página Um News

O preço do litro de leite pago ao produtor chegou ao quinto mês consecutivo em queda. A cotação foi de R$ 2,59 o litro para o produto captado em dezembro e pago em janeiro. No mercado, o preço da caixa de leite longa vida subiu 5%. É o que aponta o boletim semanal do Departamento de Economia Rural (Deral).

Em Carambeí, terceiro maior produtor de leite no país, produtores recebem entre R$2,60 e R$2,90, dependendo da quantidade de leite entregue e também a qualidade do leite, como gordura e proteína, que influenciam no preço final. A grande maioria dos produtores do município fornecem para duas empresas captadoras de laticínios na cidade.

Sônia Neves Dykstra e seu marido, Paulo Dykstra, possuem propriedade na região da Santa Cruz, interior do município de Carambeí. Com rebanho total de 50 cabeças, na leiteria do casal são ordenhadas 22 vacas, das raças holandesa e sindolando. A produção diária da propriedade é de aproximadamente 650 litros de leite, e as vacas são ordenhadas duas vezes ao dia. Como o cotidiano e a atividade possuem imprevistos, organizar os custos é essencial para o desenvolvimento da atividade.
“Não trabalho fazendo conta, trabalho com o que ganho”, explica Sônia. Ela também descreve que na época de verão, como agora, os cuidados com a criação são redobrados. “No verão tem mais doenças, abaixa a imunidade e tem menos receita”, lembra.
Sônia Dykstra também costuma colocar na ponta do lápis tudo o que é utilizado para evitar perdas. “Para produtos químicos, suplementos minerais, faço controle de estoque anotando tudo. Para comida, reaproveito das vacas para as novilhas”, finaliza.

Mercado
Para o diretor técnico da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Thiago de Marchi da Silva, é imprevisível dizer quanto o preço do produtor pode chegar em 2023, pois o país “não é um grande exportador de leite, o que leva a produção a ser consumida internamente, tornando a demanda extremamente suscetível à variações na economia do país”, explica.

Apesar do custo seguir em alta, o diretor explica que, em relação a 2022, teve recuperação e o custo do milho, um dos principais para produção, teve retração.
“O custo de produção continua alto, minando o poder de compra do produtor. Quando comparado ao ano passado, porém, pode-se perceber uma certa recuperação na remuneração do produtor, principalmente por conta de um aumento consideravel no preço pago pelos laticinios. Houve momentos em que a relação de troca litro de leite/saca de milho esteve muito mais desfavorável do que agora”, complementa.

Para incentivar os pequenos produtores, o Governo do Estado conta com alguns programas, como o Banco da Agricultura, Tarifa Rural Noturna, e o Trator Solidário, que fornecem formas de pagamento, empréstimos e compras mais acessíveis aos agropecuaristas.

Redação Página 1

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